
O aumento das temperaturas globais e a poluição atmosférica são fatores que têm gerado preocupações significativas no campo da saúde pública, especialmente no que diz respeito às doenças cardiovasculares (DCVs). Nos últimos anos, esforços têm sido feitos para reduzir a incidência dessas doenças por meio de campanhas educativas e prevenção de fatores de risco como hipertensão e obesidade. No entanto, as intervenções humanas no meio ambiente, como a emissão de gases de efeito estufa, continuam a desafiar esses esforços.
Estudos indicam que a poluição do ar e o calor excessivo podem agravar condições cardiovasculares, aumentando os casos de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A exposição a agentes tóxicos, como o chumbo presente na poluição, tem um impacto negativo na saúde vascular, elevando o risco de AVC. Além disso, as altas temperaturas podem estressar o sistema cardiovascular, levando à desidratação e aumento da pressão arterial.
Como a poluição do ar pode afetar o coração?
A poluição atmosférica é considerada um dos principais fatores de risco para a mortalidade global. Partículas poluentes, especialmente as conhecidas como PM2,5, são inaladas e entram na corrente sanguínea, causando o endurecimento das artérias e aumentando a tensão no músculo cardíaco. Essas condições são associadas a várias doenças cardiovasculares, incluindo doença arterial coronária e insuficiência cardíaca.
Relatórios indicam que a poluição do ar está relacionada a cerca de 7 milhões de mortes prematuras por ano, com mais de 50% dessas mortes atribuídas a causas cardiovasculares. A relação entre poluição e problemas de saúde cardiovascular é complexa, mas os mecanismos fisiológicos subjacentes são bem documentados.

Existe risco de infartos devido ao calor extremo?
Condições climáticas extremas, como ondas de calor, também têm um impacto significativo na saúde cardiovascular. Em dias de calor intenso, o risco de infarto pode aumentar em até 20%. Isso ocorre porque o corpo humano, ao tentar se adaptar às altas temperaturas, aumenta o esforço cardíaco, acelerando os batimentos e causando vasodilatação.
A desidratação resultante da transpiração excessiva pode elevar a pressão arterial e a viscosidade do sangue, fatores que contribuem para a formação de coágulos e, consequentemente, para o risco de infarto. Pacientes com insuficiência cardíaca são particularmente vulneráveis a essas condições extremas.
Quais medidas podem mitigar os efeitos das mudanças climáticas nas DCVs?
Especialistas destacam a necessidade urgente de desenvolver medidas que ajudem a mitigar o impacto das mudanças climáticas nas doenças cardiovasculares. Isso inclui políticas para reduzir a emissão de poluentes e estratégias para proteger populações vulneráveis durante eventos climáticos extremos.
Além disso, avanços no tratamento das DCVs, como o uso de inibidores da PCSk9 e agonistas dos receptores do GLP-1, têm mostrado potencial para reduzir os riscos associados a essas doenças. A conscientização sobre a relação entre fatores de risco cardiovascular e condições neurológicas também é essencial para a prevenção e tratamento eficazes.
O futuro da saúde cardiovascular em um clima em mudança
À medida que as mudanças climáticas continuam a evoluir, é crucial que a sociedade adote uma abordagem proativa para proteger a saúde cardiovascular. Isso inclui a implementação de políticas ambientais mais rigorosas, o desenvolvimento de novas terapias e a promoção de estilos de vida saudáveis.
O reconhecimento da interconexão entre o meio ambiente e a saúde humana é fundamental para enfrentar os desafios futuros. Com esforços coordenados, é possível reduzir o impacto das mudanças climáticas nas doenças cardiovasculares e melhorar a qualidade de vida das populações em todo o mundo.
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