
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda, 15, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) “começa a ter a cara do governo”. A declaração ocorre após pedido de demissão em massa no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), com a saída de 37 servidores. A prova será aplicada nos próximos dois domingos para cerca de 3,1 milhões de candidatos.
O presidente afirmou ter conversado “muito rapidamente” com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e que ele teria garantido a realização das provas “na mais absoluta tranquilidade”. O Enem está marcado para acontecer entre os dias 21 e 28 de novembro.
“O que levou àquelas demissões, não quero entrar em detalhes, mas é um absurdo que se gastava com poucas pessoas lá. Inadmissível”, disse Bolsonaro.
“O que eu considero muito é que começa a ter a cara do governo as questões da prova do Enem. Ninguém precisa estar preocupado com aquelas questões do passado, que caía tema de redação que não tinha nada a ver com nada, realmente é algo voltado para o aprendizado”, completou.
Bolsonaro foi questionado sobre o tema em uma entrevista concedida a jornalistas em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, na expo Dubai 2020, onde ele cumpre agenda.
Demissões em massa
Nas últimas semanas, trinta e sete coordenadores do Inep pediram demissão coletiva em resposta ao que classificam de “má gestão” do instituto, órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pela aplicação de todos os exames públicos de avaliação de ensino no Brasil. A maior parte dos que se demitiram atuava na área de gestão e tecnologia do Inep, e cuidava diretamente do Enem, segundo a CNN.
Em nota, o ministro Milton Ribeiro afirmou que “as provas do exame já se encontram com a empresa aplicadora e o Inep está monitorando a situação para garantir a normalidade de sua execução”.
Confira abaixo a opinião de alguns políticos sobre o tema:
João Amoêdo
João Amoêdo um dos ex presidentes e fundadores do Partido Novo disse em suas redes sociais: ‘‘Bolsonaro confirma a interferência política na prova.’‘
"Começam agora a ter a cara do governo as questões do Enem" – Bolsonaro
— João Amoêdo (@joaoamoedonovo) November 15, 2021
37 servidores do INEP – órgão responsável pelo ENEM – pediram demissão e relataram pressão ideológica e exigência de retirada de 20 questões do ENEM.
Bolsonaro confirma a interferência política na prova.
Guilherme Boulos
Guilherme Boulos (PSOL) é coordenador do MTST e foi candidato a prefeitura de São Paulo, em suas redes sociais disse: ”Já vazou uma questão: “8 assessores repassavam 80% dos salários. Média dos salários era de 8 mil reais. O salário do deputado era 30 mil. Quanto o deputado recebia por mês? A) 81,2 mil b)75 mil c)54 mil d)35 mil. Gabarito A.”
Bolsonaro falou que Enem terá "a cara do governo".
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) November 16, 2021
Já vazou uma questão: "8 assessores repassavam 80% dos salários. Média dos salários era de 8 mil reais. O salário do deputado era 30 mil. Quanto o deputado recebia por mês? A) 81,2 mil b)75 mil c)54 mil d)35 mil. Gabarito A."