Desde pequena, aos 14 anos, a gaúcha Eduarda Pinheiro já sabia que queria ajudar os animais. Ela, que começou a trabalhar com um curso de banho e tosa, hoje coordena esforços para resgatar diversos bichos no Rio Grande do Sul. Quando reflete sobre o que lhe dá forças, tem certeza que seu propósito é ajudar os indefesos.
“Eu comecei a ver as maldades das cadelas dando cria e dos animais sendo atropelados nas ruas. Pensei no que eu poderia fazer, e passei a tirar fotos dos bichinhos para conseguir famílias“, explica. Ao mesmo tempo, fazia lar temporário dentro da sua própria casa.
Quando se deparou com a tragédia das enchentes no seu estado, Eduarda decidiu que iria continuar cuidando dos animais. Mas não foi um processo fácil.
“Eu ficava a noite inteira sem dormir pensando em como eu ia conseguir um barco”, lembra. A SOS Quatro Patas, uma ONG do Paraná, encontrou a ativista nas redes sociais e emprestou uma embarcação para ela. Dali em diante, montou uma equipe improvisada: ela, seu marido, seu tio e, em alguns dias, dois policiais. Apesar do desalento, a iniciativa deu certo.
“A gente pegou mais de cem animais”, conta. “Era difícil para caramba. Tinham fios de luz na água e precisávamos tirar para não enganchar no motor. Quando chegávamos nas casas, os animais pulavam de telhado em telhado, fugindo”.
Resgates marcantes
Eduarda continuou a registrar os resgates e compartilhar os vídeos nas redes sociais. Algumas publicações saíram da sua bolha – por exemplo, o vídeo em que encontra um Rottweiler acorrentado e pede desculpas a ele em nome dos seus antigos donos.
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A tutora admite que ainda pensa sobre esse caso. “Não entendo como a pessoa tem coragem de ir embora e deixar o animal acorrentado, sem ter a chance de lutar pela vida. Ele não tinha o que comer e beber. A gente até achou estranho ele estar vivo, porque naquele dia a enchente já tinha começado há quase duas semanas”.
O sofrimento, porém, acabou. Um rapaz viu o vídeo do cão e se disponibilizou a adotá-lo, assumindo todos os valores da clínica. Hoje, ele está bem cuidado e com uma família que o adora.
Propósito e ajuda pelos animais
A protetora de animais descreve que viu um verdadeiro cenário de guerra. Casas devastadas, objetos flutuando e até mesmo corpos de bichos e pessoas.
Quando questionada sobre a origem da sua força, Eduarda atribui seu papel a uma força maior. “Eu só estou aqui porque fui destinada a isso. Estou no mundo para ajudar eles”.
Por fim, emocionada, ela alerta para a necessidade de adotar e procurar lares para os bichinhos que ainda estão nos abrigos. “Você pode ajudar compartilhando o perfil, doando qualquer valor, mandando cobertas, casinhas e ração. Todas as formas são válidas”.
Eduarda segue atuando no resgate de animais no RS. Ela registra os cuidados com os bichinhos no perfil @eduardapinheiro.18 no Instagram.