Violência Política

Justiça condena ex-policial penal a 20 anos de prisão por matar tesoureiro do PT

A Justiça entendeu que o crime foi cometido por motivo torpe e com perigo comum, caracterizando homicídio duplamente qualificado.
À esquerda, Marcelo Arruda, tesoureiro do PT. À direita, Jorge Guaranho, ex-policial penal condenado – Crédito: Reprodução

O ex-policial penal Jorge Guaranho foi condenado nesta quinta-feira (13) a 20 anos de prisão pelo assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda. A Justiça entendeu que o crime foi cometido por motivo torpe e com perigo comum, caracterizando homicídio duplamente qualificado.

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A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado, e ainda cabe recurso.

O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri de Curitiba, dois anos e meio após a morte de Arruda. Ele foi morto a tiros por Guaranho enquanto comemorava seus 50 anos com uma festa temática do PT e do presidente Lula.

A Justiça determinou a prisão imediata do réu?

Durante o julgamento, a defesa do réu alegou que ele agiu em legítima defesa e que o crime não teve motivação política. No dia anterior à condenação, Guaranho declarou ao júri que não foi à festa da vítima “nem para brigar, nem para matar”.

A juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, responsável pelo caso, destacou em sua decisão que o crime foi cometido com uma arma da União e ressaltou a intolerância política demonstrada pelo réu. Ela também mencionou a promulgação da lei contra intolerância política, sancionada em 9 de julho, afirmando que casos como esse reforçam a necessidade de medidas legais contra esse tipo de violência.

A magistrada determinou a prisão imediata de Guaranho, que cumpria prisão domiciliar desde setembro do ano passado. O Departamento de Polícia Penal do Paraná decidirá para qual presídio ele será encaminhado.

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Testemunhas e depoimentos

O júri ouviu nove pessoas, incluindo testemunhas, peritos e informantes. O réu prestou depoimento ao final do julgamento, sendo essa a primeira vez que apresentou publicamente sua versão dos fatos.

Entre os depoimentos, a viúva Pâmela Suellen Silva relatou os impactos da morte do marido e a dificuldade de criar o filho mais novo, que tinha apenas 40 dias quando ocorreu o crime. Também prestaram depoimento um amigo da vítima que testemunhou a discussão antes do assassinato, uma vigilante que estava no local e peritos responsáveis pela análise das imagens de segurança.

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O julgamento foi realizado sem captação de imagens, mas Guaranho foi fotografado ao lado de fora do tribunal antes do início do terceiro dia de júri.

A defesa do ex-policial ainda pode recorrer da decisão, mas a Justiça determinou sua imediata remoção para o sistema prisional.

Leia também: Governo Lula reabre investigação polêmica sobre morte de JK

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