Mato Grosso do Sul

Mulher deve restituir R$ 3,7 milhões ao Exército após 33 anos de fraude

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Ana Lucia Umbelina Galache – Crédito: Reprodução/Redes sociais

Em um processo de grande repercussão, Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza foi condenada pela Justiça Militar no Mato Grosso do Sul devido a uma fraude envolvendo a pensão de um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira. A defesa, promovida pela Defensoria Pública da União, argumentava a ausência de intenção criminosa, mas o apelo foi unanimemente negado pelo tribunal.

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A fraude remonta a 1988, quando Ana Lúcia, ainda menor de idade, registrou-se com um nome falso, Ana Lúcia Zarate, para obter benefícios como filha de Vicente Zarate, seu tio-avô falecido. A ação, liderada pelo ministro Odilson Sampaio Benzi, revelou a magnitude do golpe, com prejuízo estimado em R$3,7 milhões.

Como a fraude foi estruturada?

A obtenção dos documentos falsos começou em setembro de 1986, quando Ana Lúcia foi registrada como filha de Vicente Zarate. Com esse novo registro, ela adquiriu documentos pessoais e assim requisitou a pensão junto à Seção do Serviço de Inativos e Pensionistas do Exército brasileiro.

A pensão foi autorizada e pagos desde 1988 até a descoberta da fraude em 2022, quando a Justiça Militar interveio. A constatação de duplicitidade de documentos como Carteira de Identidade e CPF foram cruciais na decisão de condenar Ana Lúcia por estelionato.

A sobrinha-neta do falecido militar admitiu durante interrogatório que dividia a pensão com sua avó, Conceição Galache, que também foi atestada como cúmplice na obtenção de documentos fraudulentos. A avó revelou o esquema ao exigir parte dos valores recebidos indevidamente e, insatisfeita, denunciou o engodo quando suas exigências não foram atendidas.

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Consequências e desdobramentos jurídicos

A revelação da fraude resultou na suspensão da pensão em 2021 após investigação. O depoimento de Ana Lúcia, que revelou o uso deliberado de dois nomes ao longo de 33 anos, evidente intenção de ludibriar a administração militar, consolidou a autoria do estelionato.

Desde a morte de Conceição Galache em 2022, a Justiça Militar não conseguiu ouvi-la, mas sua denúncia foi suficiente para iniciar a sindicância que desmantelou o esquema. Ana Lúcia enfrenta agora a consequência de suas ações, com a justiça mantendo-se firme na decisão de restituição do valor fraudado.

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