Uma pesquisa realizada em 2020 pelo Ministério das Relações Exteriores juntamente com outros consulados, constatou que o número de brasileiros morando no exterior foi de 1.898.762 em 2012 para 4.215.800 em 2021. Ou seja, durante nove anos, o aumento foi de 122%.
O professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, Pedro Brites, diz que “esse movimento de saída de brasileiros nos últimos anos é inédito e, de fato, representa a maior diáspora da história brasileira”.
Um levantamento de dados do Instituto Datafolha realizado em 2018, indica que 70 milhões de brasileiros maiores de 16 anos se mudariam para outro país se tivessem oportunidade. A pesquisa também diz que 56% das pessoas com curso superior tem vontade de morar no exterior.
Na visão da historiadora Renata Castro de Almeida, o ”êxodo brasileiro” é causado por três fatores principais: a economia instável, a turbulência política e a violência urbana. “A instabilidade econômica e política do país na última década, associada a um crescimento da violência, e das taxas de desemprego tem servido de gatilho para que muitas pessoas decidam buscar melhores oportunidades de emprego e qualidade de vida em outros países”, reconhece a historiadora.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os destinos preferidos dos brasileiros são a América do Norte e a Europa, que correspondem a 77% das escolhas dos viajantes. Logo após, temos a América do Sul com 14% e a Ásia com 7%.
Para o sociólogo e professor do Mackenzie, Rogério Mendes, ”é o processo civilizatório, de construção da nação imaginária, que sofre um abalo profundo”. Isto é, a geração atual não vê o Brasil como o “país do futuro”. “Sem emprego, renda e assistência, em um cenário absolutamente hostil, sair passa a ser a solução”, afirma Mendes.