A Polícia Militar de São Paulo utilizou spray de pimenta contra estudantes que participavam de uma manifestação na Escola Estadual Antônio Ablas Filho Dr., em Santos, nesta terça-feira (19). O protesto foi organizado por alunos secundaristas que ocupavam o prédio em reivindicação pela revogação do Novo Ensino Médio.
Um vídeo gravado por testemunhas mostra o momento em que um policial militar usa o spray de pimenta na tentativa de dispersar os manifestantes.
Motivações e pautas dos alunos na ocupação
Os alunos iniciaram a ocupação pacífica na manhã de terça-feira, portando cartazes com mensagens como: “Barrar o Novo Ensino Médio com greve de ocupação”. Além da revogação do modelo curricular, eles protestam contra o corte de R$ 12 bilhões no orçamento da educação, exigem melhorias na infraestrutura escolar e cobram a contratação de mais funcionários.
A União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), em nota publicada nas redes sociais, defendeu que o ato é legítimo e realizado em defesa do ensino público.
O que diz a Secretaria de Segurança Pública
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou à CNN que houve o uso de “munição química” pela Polícia Militar durante a ocorrência. Segundo a SSP, os alunos teriam montado barricadas na quadra da escola, mas não há registros de feridos.
“A Polícia Militar está à disposição da direção escolar para auxiliar na negociação com os estudantes”, informou a secretaria em comunicado oficial.
Disputa orçamentária e mudanças no ensino médio
Os estudantes também criticam a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que prevê a redução do investimento mínimo em educação de 30% para 25%. A medida pode transferir recursos da Educação para a Saúde, retirando cerca de R$ 11,3 bilhões do orçamento educacional em 2025.
Outro foco do protesto é o Novo Ensino Médio, sancionado em julho deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como a Lei 14.945 de 2024. A medida aumentou a carga horária mínima de 2,4 mil para 3 mil horas e prevê mudanças curriculares obrigatórias até 2026.
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