
O fenômeno climático La Niña, conhecido por influenciar padrões de clima em todo o mundo, está sob intensa observação por meteorologistas em 2025. A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) dos Estados Unidos havia previsto o início deste fenômeno para o final de 2024, mas ele ainda não se manifestou de forma definitiva. A possibilidade de sua formação até janeiro de 2025 é de 59%, segundo o boletim de dezembro da NOAA.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do Brasil, utilizando dados do APEC Climate Center da Coreia do Sul, também projeta uma probabilidade de 60% para o desenvolvimento do La Niña no primeiro trimestre de 2025. Este atraso na formação do fenômeno tem gerado discussões entre especialistas sobre suas causas e possíveis consequências.
O que é o La Niña e como ele se forma?
La Niña é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Esse resfriamento altera a circulação atmosférica global, impactando padrões de precipitação e temperatura em diversas regiões do planeta. Normalmente, o La Niña se forma durante o inverno, mas em 2025, sua formação está mais tardia do que o habitual.
De acordo com Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), as águas do Pacífico estão mais frias, mas ainda é necessário que essa condição persista por algumas semanas para que o La Niña seja confirmado. A circulação dos ventos e a mistura das camadas oceânicas são fatores cruciais para a formação do fenômeno, mas sua variabilidade torna difícil prever com precisão quando ele ocorrerá.

Quais são os impactos do La Niña no clima?
O La Niña é conhecido por causar chuvas irregulares ou abaixo da média em algumas regiões, enquanto outras podem experimentar condições mais secas. No Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, o fenômeno costuma trazer chuvas abaixo da média e temperaturas dentro da normalidade. Isso pode afetar a agricultura e o abastecimento de água, tornando a previsão e o monitoramento do fenômeno essenciais para a gestão de recursos naturais.
Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, observa que a ausência do La Niña pode ser benéfica para algumas regiões, já que os efeitos do fenômeno nem sempre são positivos. A manutenção de um período de neutralidade climática pode evitar os problemas associados às chuvas irregulares e à seca.
O futuro do La Niña em 2025: O que esperar?
As previsões para o La Niña em 2025 ainda são incertas. Enquanto alguns meteorologistas acreditam que o fenômeno pode se formar e durar até o início do outono, outros, como Borges, sugerem que ele pode não se manifestar, mantendo um período de neutralidade climática. A NOAA define o La Niña como três meses consecutivos com temperaturas do Pacífico abaixo de -0,5°C, uma condição que ainda não foi plenamente atingida.
Independentemente do desfecho, a situação atual destaca a importância de monitorar continuamente as condições oceânicas e atmosféricas. A compreensão dos fenômenos climáticos como o La Niña é crucial para mitigar seus impactos e adaptar estratégias de gestão de recursos em resposta às mudanças climáticas globais.
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