A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no último domingo (22), provocou o despejo de 76 toneladas de ácido sulfúrico no Rio Tocantins. A estrutura de 533 metros desabou parcialmente, atingindo oito veículos, entre caminhões, carros e motocicletas. Quatro mortes foram confirmadas e 14 pessoas seguem desaparecidas, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Dois corpos já identificados são de Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos, e Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos. A terceira vítima ainda não teve identidade divulgada. Equipes de resgate continuam as buscas utilizando botes, devido ao risco de contaminação nas águas do rio.
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Quais são os impactos ambientais?
Além do ácido sulfúrico, um dos caminhões transportava defensivos agrícolas, aumentando a preocupação com os danos ao meio ambiente e à população. Órgãos ambientais como a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão estão coletando amostras para análise da qualidade da água em diversos pontos do rio.
A contaminação levou à suspensão da captação de água para abastecimento público em municípios próximos. Segundo a ANA, 19 cidades podem ter sido afetadas diretamente, incluindo Imperatriz (MA) e Tocantinópolis (TO). A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) está auxiliando nas análises laboratoriais.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar os danos ambientais. A Marinha também enviou mergulhadores para ajudar na busca por desaparecidos.
Reconstrução da ponte
O ministro dos Transportes, Renan Filho, sobrevoou a região acompanhado dos governadores Carlos Brandão (MA) e Wanderley Barbosa (TO). Renan anunciou a liberação de R$ 100 milhões para a reconstrução da ponte e garantiu que uma nova estrutura será entregue até 2025.
“Decretamos emergência para abreviar todos os procedimentos administrativos, a fim de termos a resposta mais rápida possível para a reconstrução da Ponte Juscelino Kubitschek. Quero comunicar ao povo do Maranhão, ao povo de Tocantins e ao povo brasileiro que precisa dessa infraestrutura para se deslocar, tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista social, que vamos, com a emergência decretada, contratar a reconstrução da ponte ainda no exercício de 2024”, afirmou o ministro. Ele também destacou a abertura de uma sindicância para investigar as causas do desabamento.
Construída nos anos 1960, a ponte é parte do corredor rodoviário Belém-Brasília e vinha apresentando sinais de deterioração. No sábado (21), moradores denunciaram as condições precárias da estrutura em vídeos publicados nas redes sociais.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) enviou técnicos ao local para realizar uma análise detalhada e apontar as causas do acidente. Enquanto isso, rotas alternativas foram disponibilizadas para motoristas, que agora precisam percorrer trajetos mais longos entre os dois estados.
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