
A prisão indevida de Gustavo Ferreira, um jovem de 20 anos, trouxe à tona questões sobre erros no sistema de justiça brasileiro. Gustavo foi detido sob a acusação de não pagar pensão alimentícia, mesmo sem ter filhos. O caso levanta preocupações sobre a eficácia dos mandados de prisão e os possíveis erros administrativos que ocorrem em sua emissão e execução.
Gustavo passou pouco mais de 24 horas encarcerado antes que a Defensoria Pública do Distrito Federal corrigisse o erro durante uma audiência de custódia. O defensor público Alexandre Fernandes Silva ressaltou que a falha pode ter origem em São Paulo, Minas Gerais ou até mesmo em agentes externos inserindo informações incorretas no banco de dados de mandados de prisão nacionais.
Como o erro de Gustavo no sistema de justiça foi detectado?
O mandado de prisão que levou à detenção de Gustavo por pensão era datado de 2017, quando ele tinha apenas 12 anos. Segundo o defensor Alexandre Fernandes Silva, o processo de São Paulo, mencionado no mandado, não envolvia seu nome, e em Minas Gerais não havia qualquer processo associado a ele. Estes fatores indicam um equívoco ou potencial fraude no sistema.
Gustavo, após sua prisão, ficou em uma cela destinada a pais que não pagam pensão alimentícia até a audiência de custódia, onde finalmente pôde explicar que não tinha filhos. Mesmo após a audiência, ele só foi liberado no final daquele dia.
O que é uma audiência de custódia?
Desde 2015, as audiências de custódia são obrigatórias para avaliar a legalidade de uma prisão. Nelas, um juiz analisa:
- Se a prisão ocorreu dentro dos parâmetros legais.
- Se o preso está sujeito a medidas cautelares.
- Se existe a possibilidade de liberação mediante pagamento de fiança.
Durante a audiência de Gustavo, tanto ele quanto o defensor público puderam esclarecer os fatos, levando à sua soltura.
Quais medidas legais podem ser tomadas após um erro de prisão?
O advogado que assumiu o caso de Gustavo, Marco da Silva Barbosa, relatou que entrou com um pedido de indenização. O defensor público afirmou que é justo buscar reparação civil para alguém indevidamente preso por atraso de pagamento da pensão. Investigações sobre o caso estavam em andamento em várias instâncias para elucidar a origem do erro no sistema.
A situação de Gustavo expõe a fragilidade dos processos judiciais e dos sistemas de informação interligados entre diferentes estados, agravando a importância de maior vigilância e controle para prevenir erros semelhantes no futuro.
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