Rio de Janeiro dobra registros de racismo em 2021

Os dados de 2020 foram descartados de acordo com ISP-RJ, por causa da pandemia do coronavírus, que pode ter feito com que muitas pessoas deixassem de ir às delegacias denunciar os crimes

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(Créditos: Roberto Parizotti)

O ISP-RJ (Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro), órgão responsável pelas estatísticas criminais do Rio, fez um levantamento onde mostra que o número de registros de ocorrência por racismo dobrou no primeiro semestre de 2021, se comparado com o mesmo período de 2019.

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Um estudo feito em função do Dia da Consciência Negra, no primeiro semestre de 2021 foram 82 casos de crime de preconceito de raça ou de cor foram registrados, que inclui também discriminação contra etnia, religião e procedência nacional. Isso equivale a um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2019, quando houve 43 casos.

Os dados de 2020 foram descartados de acordo com ISP-RJ, por causa da pandemia do coronavírus, que pode ter feito com que muitas pessoas deixassem de ir às delegacias denunciar os crimes.

O aumento pode ter relação com uma maior conscientização da população em relação à gravidade dos crimes relacionados ao racismo, na avaliação dos pesquisadores. Os registros de injúria racial também cresceram 17%.

A diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, ressalta a necessidade de que o povo formalize as denúncias nas delegacias para que tenha estatísticas confiáveis. As estáticas são usadas na formulação de políticas públicas.

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“É muito importante que se diga que a denúncia desses crimes é fundamental não só para garantir a punição dos autores, mas também para que o poder público e a sociedade tenham a real noção do racismo no nosso estado e que políticas públicas possam ser elaboradas para nos ajudar a enfrentar o racismo. O aumento dos crimes raciais em 2021 pode representar o crescimento da consciência das vítimas de que elas podem procurar uma delegacia, que o preconceito é crime”, afirma.

A Polícia Civil criou a primeira unidade da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) em 2018, focada e especializada nas investigações de crimes de racismo, LGBTfobia e intolerância religiosa.

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