Um estudo recente, conduzido pela Fundação Dom Cabral, apontou diferenças significativas em relação à segurança nas rodovias federais brasileiras. Os dados analisados mostram que, em 2023, o risco de envolvimento em acidentes foi consideravelmente maior em estradas geridas pelo setor público quando comparado às privatizadas.
No ano de 2022, foram registrados mais de 65 mil acidentes nas estradas federais, sendo que mais de 34 mil ocorreram em vias sob administração pública e aproximadamente 30 mil em rodovias concedidas à iniciativa privada. Este cenário levanta questionamentos importantes sobre a eficácia das gestões e as medidas de segurança adotadas.
O que explica a maior incidência de acidentes em rodovias públicas?
O Professor Ramon Victor Cesar, da Fundação Dom Cabral, compartilhou à Agência Brasil insights sobre o aumento progressivo de acidentes nas estradas privatizadas nos últimos anos, ainda que a taxa de gravidade e severidade continue sendo maior nas rodovias públicas. Segundo ele, essa tendência pode estar associada a diversos fatores, incluindo o volume de veículos e as condições de manutenção das vias.
Impacto dos investimentos
É notório que as rodovias sob gestão privada recebem consideráveis investimentos em manutenção e conservação, o que tem impulsionado, gradualmente, a melhora na qualidade dessas estradas. Cesar destaca que muitas concessões são recentes e ainda estão em fase de adaptação para atingir os padrões necessários de segurança.
Por outro lado, a administração pública conseguiu aumentar seus investimentos em recuperação e manutenção nos últimos anos, o que pode explicar a redução dos acidentes nesse segmento. Estas melhorias, porém, parecem não ser suficientes para atingir os índices de segurança das rodovias privatizadas.
Estratégias para reduzir acidentes
Para enfrentar os desafios impostos pelas diferenças entre rodovias, o estudo da Fundação Dom Cabral utilizou estratégias de análise que desconsideram o volume de tráfego e dão pesos diferentes para a gravidade dos acidentes. Essa abordagem almeja uma avaliação mais justa e equitativa, considerando que estradas com maior fluxo de veículos tendem a registrar mais incidentes.
- Fiscalização intensificada: Melhorar a supervisão nas estradas para garantir o cumprimento das leis de trânsito.
- Educação no trânsito: Investir em campanhas educativas para conscientizar motoristas sobre comportamentos seguros na direção.
- Infraestrutura adequada: Continuar os investimentos em manutenção e melhorias das rodovias, como a duplicação de pistas para reduzir colisões frontais.
Segundo Cesar, as medidas acima são cruciais para a promoção da segurança rodoviária e devem ser implementadas tanto em rodovias públicas quanto privadas.
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