CORREGEDORIA DA PM

Seguranças de Gritzbach já eram investigados por suposta ligação com PCC

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Execução de Gritzbach – Créditos: Reprodução/Redes Sociais

O assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, trouxe à tona a atuação de membros da Polícia Militar (PM) envolvidos em esquemas de segurança privada irregular. Em meio a esse cenário, foi confirmado que a Corregedoria da Polícia Militar havia instaurado um inquérito para investigar o suposto envolvimento dos cinco seguranças de Gritzbach com o PCC. A apreensão dos celulares desses PMs possibilitou a obtenção de novos elementos para a investigação, afirmou o secretário de Segurança, Guilherme Derrite.

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Os PMs em questão foram acusados de realizar “bicos” como seguranças privados, algo proibido pelo Regulamento Disciplinar da instituição. Além disso, há a suspeita de que possam estar ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Estes fatores complicam ainda mais a situação dos agentes, que estão sob investigação da Corregedoria da Polícia Militar.

Samuel Tillvitz da Luz, um dos soldados mencionados, relatou à Corregedoria que, no dia do assassinato, estava prestando serviço de segurança para Gritzbach. Ele afirmou ter sido indicado para o trabalho por um tenente da PM, apesar das proibições formais a tais atividades.

Como ocorreu a execução de Gritzbach?

O crime foi brutal e bem documentado por câmeras de segurança. Dois homens encapuzados atacaram Gritzbach no Terminal 2 do aeroporto, efetivando ao menos 29 disparos. Gritzbach tentou escapar, mas foi atingido por dez tiros e não resistiu. A particularidade do ataque, a ousadia dos assassinos e a reação dos seguranças levantam suspeitas sobre a possibilidade de ação premeditada.

Os policiais que estavam na escolta alegam que problemas mecânicos impediram que uma das viaturas chegasse a tempo ao local. Estas alegações foram feitas em depoimentos à Polícia Civil e estão sendo investigadas, pois existe a hipótese de que tenha ocorrido falha deliberada na segurança.

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Por que a atuação dos PMs é controversa?

A prática de atividades de segurança privada por policiais militares, conhecida como “bico”, é uma questão controversa no Brasil. Embora oficialmente proibida, ela é amplamente tolerada, o que gera conflitos éticos e um campo fértil para a corrupção. No caso Gritzbach, a conexão dos policiais com um indivíduo envolvido com o PCC agrava a situação, levando a uma investigação minuciosa sobre suas ações.

Os depoimentos revelam que a motivação financeira levou a recontratações para serviços temporários, mesmo após descobertas de ligações criminosas. Ainda, testemunhos de policiais indicam que promessas de benefícios financeiros ultrapassaram as preocupações éticas e legais.

O desenrolar das investigações poderá resultar em severas penalizações para os policiais envolvidos, que variam de advertências até a expulsão das fileiras da PM. A Secretaria de Segurança Pública informou que os PMs estão afastados das atividades operacionais até a conclusão das investigações em curso.

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