BRASÍLIA

“Sem nervosismo”: como autor do atentado comprou fogos de artifício

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Momento do atentado – Crédito: Reprodução/X

Uma semana antes do atentado que ocorreu na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Francisco Wanderley Luiz, identificado como o autor do ato, realizou a compra dos fogos de artifício que utilizaria, tudo aparentemente de forma tranquila. Segundo o comerciante Fernando Pereira, proprietário da loja em Ceilândia onde os fogos foram adquiridos, Wanderley não aparentava qualquer nervosismo. O comerciante afirmou ter conhecido Wanderley naquele momento, quando o mesmo alugou uma casa na região.

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As compras ocorreram nos dias 5 e 6 de novembro, totalizando um gasto de R$ 1.545. Cada aquisição foi concluída com pagamentos feitos no cartão de débito e registradas por câmeras de segurança da loja. Este detalhe facilita agora o trabalho das autoridades em compreender a preparação do atentado.

“Ele esteve na nossa loja dia 5, às 11h. Depois, ele voltou às 14h. E retornou no dia seguinte para buscar um material que não estava disponível no dia anterior. Ele estava normal, não demonstrou nervosismo”, contou Fernando.

Como foi a compra de fogos de artifício para o atentado?

Os fogos foram adquiridos em duas ocasiões. A primeira compra, no dia 5, teve um valor de R$ 295 e a segunda, no dia 6, foi de R$ 1.250. Wanderley utilizou os materiais de forma a adaptá-los para ficarem mais potentes, procedimento que já levantou questionamentos sobre sua verdadeira intenção ao adquirir os produtos.

Os materiais listados pela Polícia Federal (PF) incluem bombas semelhantes a granadas, “bombas-tubo”, dispositivos com acionamento remoto e um artefato que se assemelha a um lança-chamas. A situação é ainda mais grave considerando que Wanderley modificou fogos de artifício comuns para aumentar seu impacto.

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Fernando Pereira, dono da loja, esclareceu que todas as vendas foram feitas dentro dos limites legais, com sua loja totalmente legalizada e os documentos regularizados conforme as normas do Distrito Federal. Ele tomou a iniciativa de relatar às autoridades a compra realizada por Wanderley, demonstrando disposição em colaborar com as investigações. Pereira afirmou confiança na legalidade de suas operações, reiterando que qualquer pessoa pode realizar compras em sua loja dentro das especificações permitidas.

Envolvimento da Polícia Federal na investigação

A Polícia Federal (PF) está profundamente envolvida na investigação dos pormenores que envolveram o planejamento do ataque realizado por Francisco Wanderley. Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, revelou que Wanderley já esteve em Brasília em outras ocasiões, inclusive no início do ano passado, mas ainda não se determinou sua participação nos ataques de 8 de janeiro. As investigações apontam para um possível planejamento de longo prazo por parte do autor.

A PF também tomou depoimentos de familiares de Wanderley para entender melhor suas intenções e motivações. Um dos relatos mais alarmantes veio de uma ex-esposa, que mencionou o plano de Wanderley de atentar contra a vida do ministro do STF Alexandre de Moraes. Atualmente, agentes da PF estão realizando perícias no celular do autor do atentado, apreendido em um estacionamento próximo ao STF e à Câmara, procurando por evidências adicionais.

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