
A Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (13), 11 mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal em uma operação contra o desvio de recursos de emendas parlamentares. Entre os alvos estão um assessor do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS) e um servidor do governo do Rio Grande do Sul.
A operação, batizada de EmendaFest, apura suspeitas de corrupção ativa e passiva, além da destinação irregular de verbas públicas. A Justiça determinou o afastamento dos investigados dos cargos e o bloqueio de valores em contas bancárias.
Qual é o esquema investigado na operação?
Foram afastados de suas funções Cliver André Fiegenbalfm, diretor administrativo e financeiro da Metroplan, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do RS, e Lino Rogério da Silva Furtado, secretário parlamentar de Afonso Motta desde 2016.
A investigação apontou conversas no celular de Cliver, onde ele sugere a Lino que o deputado destine emendas a um hospital em troca de pagamentos ilícitos. O gabinete de Motta destinou ao menos R$ 1,07 milhão ao Hospital Ana Nery.
Duas emendas, nos valores de R$ 309 mil e R$ 117 mil, foram repassadas antes das tratativas entre os investigados, o que, segundo a PF, afastaria uma possível ligação do deputado com o esquema. Já uma nota fiscal de R$ 100,2 mil, emitida em 23 de fevereiro de 2024, foi identificada como parte da captação de recursos sob suspeita.
Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão nos endereços de Cliver e Lino, levando celulares e computadores para análise. Até o momento, Afonso Motta não foi formalmente acusado de envolvimento.
A assessoria do parlamentar informou à CNN que ele foi surpreendido com a operação e que não houve buscas em seu gabinete. Motta aguarda acesso ao processo para se manifestar.
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