
No primeiro trimestre de 2025, o Brasil registrou uma queda significativa na importação de carros elétricos e híbridos. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e dos Serviços (Mdic), houve uma redução de 51% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição está diretamente relacionada ao aumento da alíquota do imposto de importação, que passou de 10% para 18%.
O valor total das importações de carros elétricos e híbridos no primeiro trimestre de 2025 foi de US$ 428,7 milhões. Desse montante, US$ 104,8 milhões correspondem a carros elétricos e US$ 323,9 milhões a veículos híbridos. Em comparação com 2024, a queda foi de 74,9% para elétricos e 29,1% para híbridos.
Por que a importação de carros elétricos caiu tanto?
A principal razão para a queda na importação de carros elétricos e híbridos é o aumento das tarifas de importação. Até 2024, as alíquotas estavam zeradas, mas a partir de janeiro de 2024, iniciou-se uma taxação escalonada que culminará em 35% até 2026. Essa medida é apoiada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que argumenta que o país deixou de arrecadar bilhões em impostos devido à isenção anterior.
Além disso, a redução nas importações também reflete uma mudança no mercado global. A China, principal exportador de carros elétricos para o Brasil, enfrenta desafios com medidas protecionistas de outros países, o que impacta suas exportações.
Qual o impacto da China no mercado de carros elétricos?
A China desempenha um papel crucial no mercado global de carros elétricos, sendo responsável por uma grande parcela das exportações para o Brasil. Em 2024, 84% dos carros elétricos importados pelo Brasil eram chineses. No entanto, em 2025, espera-se uma desaceleração nas exportações chinesas devido a medidas protecionistas e à redução de subsídios internos.

Países como a Coreia do Sul, Bélgica e Espanha também registraram quedas significativas nas importações de veículos chineses. A União Europeia, por exemplo, impôs tarifas antissubsídios de 35,3% sobre os veículos elétricos chineses, o que levou a China a contestar essas medidas na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Quais são as perspectivas para o futuro?
Com a escalada das tarifas de importação no Brasil e as tensões comerciais globais, o mercado de carros elétricos e híbridos enfrenta um cenário desafiador. A tendência é que as importações continuem a diminuir, enquanto o país busca fortalecer sua indústria automotiva local.
Por outro lado, a China pode explorar novos mercados em meio a conflitos comerciais com os Estados Unidos, o que pode abrir oportunidades para expandir suas exportações em outras regiões. No entanto, no curto prazo, as marcas chinesas podem enfrentar dificuldades para manter o ritmo de crescimento no mercado internacional.
A queda na importação de carros elétricos e híbridos no Brasil em 2025 reflete um cenário de mudanças econômicas e políticas. O aumento das tarifas de importação e as tensões comerciais globais são fatores determinantes para essa redução. O futuro do mercado dependerá de como os países, incluindo o Brasil e a China, adaptarão suas estratégias para enfrentar esses desafios.
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