efeitos inesperados

Asteroides formaram duas das maiores crateras da Terra sem alterar o clima

Apesar de suas dimensões, as colisões não alteraram o clima global nem causaram mudanças significativas na temperatura dos oceanos.
Representação artística do impacto de um asteroide gigante com a Terra – Crédito: Canva Fotos

Há 66 milhões de anos, a colisão do asteroide Chicxulub eliminou os dinossauros não-aviários e transformou radicalmente o planeta. No entanto, eventos de impacto não se restringem a essa famosa catástrofe. Outras rochas espaciais, quase tão imponentes quanto Chicxulub, atingiram a Terra cerca de 35 milhões de anos atrás, deixando marcas impressionantes — mas com efeitos inesperados.

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Duas crateras gigantes, formadas por esses impactos, desafiam a lógica comum sobre os desastres provocados por asteroides. Apesar de suas dimensões, as colisões não alteraram o clima global nem causaram mudanças significativas na temperatura dos oceanos.

Por que esses impactos não mudaram o clima?

Os dois eventos ocorreram com uma diferença de 25 mil anos. O primeiro asteroide, com diâmetro estimado entre cinco e oito quilômetros, formou a cratera Popigai, na Sibéria, com 100 quilômetros de diâmetro. O segundo, medindo entre três e cinco quilômetros, deu origem à cratera da Baía de Chesapeake, na costa leste dos Estados Unidos, com até 85 quilômetros de largura.

Essas estruturas são a quarta e a quinta maiores crateras conhecidas na Terra, e sua formação foi acompanhada de tsunamis e incêndios massivos, além de uma explosão de poeira que bloqueou temporariamente a luz solar. Porém, ao contrário do impacto de Chicxulub, esses eventos não deixaram marcas duradouras no clima do planeta.

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Cientistas investigaram se as colisões alteraram a temperatura dos oceanos nos 150 mil anos seguintes. Para isso, analisaram microfósseis marinhos chamados foraminíferos, pequenos organismos que armazenam informações sobre o ambiente em que viveram. O padrão dos isótopos — variações de átomos que indicam alterações na temperatura da água — foi o foco do estudo publicado nesta quarta-feira (4) na revista Communications Earth & Environment.

Esperávamos ver uma alteração nos isótopos, indicando águas mais quentes ou mais frias, mas isso não aconteceu”, explicou Bridget Wade, coautora da pesquisa, em um comunicado.

O que torna Chicxulub diferente?

Os cientistas sugerem que o impacto de Chicxulub teve consequências climáticas devastadoras por vários fatores, incluindo a composição da região atingida. Enquanto o asteroide que extinguiu os dinossauros colidiu com uma área rica em enxofre e carbono, gerando intensas mudanças atmosféricas, os impactos no final do Eoceno atingiram zonas que não liberaram materiais suficientes para alterar o clima global.

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Embora catastróficos em escala local, esses eventos não tiveram força para provocar transformações de longo prazo. Para os pesquisadores, isso ressalta a complexidade dos impactos de asteroides e seus efeitos variados.

As duas crateras permanecem como testemunhas de forças colossais que, apesar de sua magnitude, não reescreveram a história climática do planeta.

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