É POSSÍVEL?

Cientistas planejam ressuscitar espécies extintas até o fim da década

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Um quaga fêmea no Zoológico de Londres, em foto de 1870. — Crédito: Wikemedia/Domínio Público

Nos domínios da biotecnologia moderna, há um esforço audacioso para reverter o relógio da evolução e trazer de volta à vida espécies extintas. Liderados por organizações como a Revive & Restore e a Colossal Biosciences, cientistas estão explorando as potencialidades da engenharia genética para recriar animais que há muito desapareceram do nosso planeta. Esta pesquisa é incentivada pela promessa de um avanço científico significativo e pela possibilidade de restaurar ecossistemas outrora vibrantes.

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Entretanto, a ambição de reviver espécies como o mamute-lanoso ou o dodô enfrenta desafios práticos e éticos. Há aqueles que questionam se os recursos destinados a esses projetos extraordinários seriam melhor empregados em esforços de conservação para as espécies atualmente ameaçadas. A desextinção não é apenas uma questão de trazer os genes de volta à vida; envolve uma complexa dança de ciência, ética e conservação, em um mundo que evoluiu drasticamente desde a partida de suas antigas formas de vida.

Quais espécies estão no foco dos projetos de desextinção?

No âmago dessa missão de desextinção estão espécies icônicas como o mamute-lanoso, o lobo-da-tasmânia e o pombo-passageiro. Cada um desses animais representa uma história e uma oportunidade única de estudo na área de biotecnologia. Por exemplo, a Revive & Restore, ativa desde 2012, tem concentrado seus esforços em trazer de volta o pombo-passageiro, enquanto empreendimentos como o projeto Tauros visam o ressurgimento do auroque através de reprodução seletiva.

O projeto liderado pela Colossal Biosciences procura ressuscitar o dodô e o mamute-lanoso, utilizando técnicas avançadas de edição genética. Enfrentando desafios como a gestação em espécies vivas modernas, esse projeto destaca-se pela sua criatividade nas soluções propostas. Contudo, a eficácia e o impacto ecológico dessas espécies reintroduzidas permanecem sob escrutínio.

O processo e suas implicações ecológicas e éticas

A desextinção não se trata apenas de clonar animais antigos. Ela envolve procedimentos complexos de modificação genética, onde trechos de DNA de espécies extintas são integrados ao genoma de parentes vivos. Isso pode resultar na criação de híbridos que se assemelham às espécies originais, mas que não são geneticamente idênticos a elas.

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Por exemplo, no caso dos mamutes, o objetivo é modificar células de elefantes para incluir genes característicos do mamute-lanoso. Se obtidas com sucesso, essas células poderiam ser utilizadas para criar um embrião híbrido, que os cientistas esperam implantar em elefantas. Não obstante, a ausência de material genético completo de algumas espécies extintas permanece como um grande desafio para a viabilidade da desextinção.

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Trazer de volta à vida espécies extintas levanta questões éticas profundas e preocupações sobre o impacto ecológico. Um ponto de discussão crucial é a viabilidade ecológica desses animais ressuscitados em um ambiente que mudou significativamente desde que eles partiram. Além disso, há o risco de reintrodução de patógenos antigos através do material genético dessas espécies, o que poderia afetar negativamente os ecossistemas modernos.

Outro argumento é que, ao focar em projetos tão ambiciosos, recursos vitais podem ser desviados de esforços urgentes para conservar espécies que atualmente enfrentam a extinção. O debate entre investir em conservação preventiva versus intervenções de desextinção é central para a discussão da sustentabilidade ambiental e equilíbrio dos nossos ecossistemas.

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