lobo-terrível

Espécie de lobo extinta há cerca de 10 mil anos foi realmente recriada em laboratório? Entenda

Os lobos-terríveis, conhecidos por sua presença imponente e habilidades de caça, desapareceram há mais de 10 mil anos
Os lobos-terríveis, conhecidos por sua presença imponente e habilidades de caça, desapareceram há mais de 10 mil anos – Crédito:

Os lobos-terríveis, conhecidos por sua presença imponente e habilidades de caça, desapareceram há mais de 10 mil anos. Recentemente, a Colossal Biosciences, uma startup de biotecnologia, anunciou um avanço surpreendente: a ‘clonagem’ desses predadores extintos. No entanto, a realidade por trás dessa afirmação é mais complexa do que parece à primeira vista.

Publicidade

Os primeiros filhotes que teriam sido clonados, chamados Remus Romulus, nasceram em outubro do ano passado. Esses animais estão sendo criados em um local não revelado nos Estados Unidos, onde recebem cuidados especializados. Apesar de sua juventude, eles demonstram um comportamento cauteloso e independente, características que os distinguem de outras espécies caninas modernas.

Agora, embora a empresa afirme ter “revivido” filhotes de lobo-terrível, na prática, trata-se de lobos-cinzentos que passaram por edições genéticas para se assemelharem ao lobo pré-histórico. Este anúncio gerou debates acalorados na comunidade científica, uma vez que a pesquisa ainda não foi submetida à revisão por pares, um passo crucial para a validação científica.

O Que Realmente Aconteceu com o Lobo-Terrível?

A Colossal Biosciences divulgou que, em 1º de outubro de 2024, restaurou com sucesso uma espécie extinta através da ciência da desextinção. Contudo, a alegação de que o lobo-terrível foi trazido de volta à vida é contestada por especialistas. Segundo Jeremy Austin, diretor do Centro Australiano de DNA Antigo, os animais apresentados são lobos-cinzentos geneticamente modificados para se parecerem com o que se acredita ser um lobo-terrível.

O lobo-terrível, ou Aenocyon dirus, habitou a América do Norte e inspirou criaturas fictícias como os lobos gigantes de “Game of Thrones”. No entanto, a aparência exata desse animal ainda é motivo de debate, tornando a recriação precisa um desafio significativo.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Colossal (@itiscolossal)

Publicidade

Por que trazer espécies extintas de volta?

A motivação por trás da clonagem de espécies extintas vai além da curiosidade científica. A Colossal Biosciences acredita que ressuscitar essas espécies pode fornecer insights valiosos para a conservação de animais ameaçados atualmente. Ao estudar o processo de clonagem e adaptação de espécies extintas, os cientistas esperam desenvolver estratégias para proteger e preservar a biodiversidade atual.

Além disso, a clonagem de espécies como o mamute-lanoso pode ter implicações ambientais significativas. Por exemplo, a reintrodução de mamutes poderia ajudar a restaurar ecossistemas de tundra, promovendo a biodiversidade e combatendo as mudanças climáticas.

Publicidade

Quais são os desafios éticos e ecológicos?

A clonagem de animais extintos levanta questões éticas e ecológicas complexas. O uso de mães de aluguel, como cães, para dar à luz espécies extintas pode envolver riscos à saúde desses animais. Além disso, a introdução de espécies extintas em ecossistemas modernos pode causar desequilíbrios ecológicos, afetando as espécies nativas e suas interações.

Apesar desses desafios, a Colossal Biosciences argumenta que os benefícios potenciais superam os riscos. A empresa acredita que a pesquisa genética e a clonagem são ferramentas cruciais para enfrentar a crise da biodiversidade, oferecendo novas soluções para a conservação e a sustentabilidade ambiental.

Leia também: Fezes e vômitos fossilizados podem explicar como dinossauros dominaram a Terra

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.