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Meteorito de Marte sugere que o planeta tem vestígios de água

Marte
Créditos: depositphotos.com / Tristan3D

Uma análise recente de um mineral encontrado em um meteorito marciano revelou indícios de água no planeta vermelho datando 4,45 bilhões de anos atrás. Esse mineral, conhecido como zircão, pode conter evidências cruciais de água quente em Marte, possibilitando a existência de ambientes similares às fontes termais terrestres, associadas ao desenvolvimento da vida.

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Contudo, persistem dúvidas sobre a cronologia exata do aparecimento e da evolução da água marciana até o seu eventual desaparecimento. Para entender melhor essas questões, cientistas analisaram o meteorito “Beleza Negra”, encontrado no Saara em 2011. Este meteorito, que foi ejetado de Marte após um impacto celestial ocorrido entre 5 e 10 milhões de anos atrás, tem servido como uma valiosa fonte de informações sobre a história geológica do planeta.

O que revela o meteorito?

A pesquisa, recentemente publicada na revista Science Advances, concentrou-se em um grão de zircão presente no meteorito “Beleza Negra”. A análise trouxe à tona que a água estava presente na crosta marciana apenas 100 milhões de anos após a formação do planeta. Este achado sugere a possibilidade de Marte ter oferecido condições para sustentar vida em sua história.

Minerais como o zircão são como cápsulas do tempo, retendo informações sobre as condições presentes na época de sua formação. O zircão, especificamente, contém urânio que se decompõe em chumbo a uma taxa constante, permitindo que os cientistas calculem a idade do mineral e inferem presença de água através da composição química encontrada.

Como o meteorito ajudou no estudo da antiga crosta de Marte?

O meteorito “Beleza Negra” tem revelado informações cruciais sobre Marte, oferecendo vestígios de que a crosta marciana passou por inúmeros impactos e eventos que agitaram sua superfície. Esta rocha espacial contém fragmentos primitivos do planeta, incluindo os zircões mais antigos descobertos até hoje.

Durante a análise, foram detectados níveis anômalos de ferro, sódio e alumínio, sugerindo que fluidos ricos em água deixaram marcas no zircão durante sua formação há 4,45 bilhões de anos. Estes elementos foram incorporados à estrutura do cristal em um padrão que lembra camadas de cebola, evidenciando uma época em que a crosta marciana tinha condições muito diferentes.

A semelhança entre os padrões encontrados no zircão marciano e os sistemas hidrotermais na Terra aumenta a possibilidade de que Marte tenha tido ambientes habitáveis. Na Terra, tais sistemas são fundamentais para a existência de vida, sugerindo que sistemas hidrotermais poderiam ter favorecido a emergência de vida no planeta vermelho. Esta descoberta abre o caminho para novas hipóteses testáveis sobre a presença de água em Marte.

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