Uma nova espécie de sucuri-verde, com quase oito metros de comprimento e pesando cerca de 200 quilos, foi descoberta pelo apresentador de TV e professor Freek Vonk durante uma expedição com cientistas para uma nova série sobre vida selvagem.
Também conhecida como anaconda verde, o animal chega a medir o tamanho de dois carros e foi descoberto na Amazônia. Os pesquisadores afirmam que a cobra é “tão grossa quanto um pneu de um carro e tem uma cabeça do tamanho da de um ser humano“.
A princípio, apenas uma espécie de sucuri-verde era reconhecida, e seu tamanho chegava a, no máximo, sete metros de comprimento. Porém, foi identificada uma nova espécie, batizada com o nome latino Eunectes akayima, ou “anaconda verde do norte“. A espécie foi apresentada em um estudo publicado na sexta-feira (16) na revista científica Diversity.
Confira o vídeo abaixo:
Qual a diferença desta sucuri para as outras?
O professor observa que as sucuris-verdes ao norte da América do Sul parecem constituir uma espécie distinta daquelas encontradas ao sul. A população de anacondas verdes do norte, na bacia do Orinoco (Equador, Colômbia, Venezuela, Trinidad, Guiana, Suriname), é separada daquela encontrada no sul (Peru, Colômbia, Bolivia e Brasil), com exceção da Guiana Francesa, onde as duas espécies coexistem.
Apesar das semelhanças físicas, a diferença genética entre as sucuris do norte e do sul é significativa, atingindo 5,5%. Isso é comparável à diferença genética entre humanos e chimpanzés, que é de 2%.
Os pesquisadores coletaram amostras de sangue e tecido de sucuris verdes em várias regiões, documentando o processo para uma próxima série da NatGeo. Ao examinar de perto cada animal, eles identificaram diferenças físicas e genéticas claras entre as sucuris do norte e do sul da cordilheira, indicando uma divergência evolutiva.
Vonk, porém, alerta que a nova espécie já está sob ameaça: “A região amazônica está sob forte pressão devido às mudanças climáticas e ao desmatamento contínuo. Mais de um quinto da Amazônia já desapareceu, o que representa mais de 30 vezes a área dos Países Baixos. A sobrevivência destas cobras gigantes está intimamente ligada à proteção do seu habitat natural“.
* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.