
Em uma reunião na Arábia Saudita nesta terça-feira (11), a Ucrânia concordou com uma proposta apresentada pelos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato de 30 dias com a Rússia. A decisão foi anunciada em uma declaração conjunta entre os dois países. O acordo, no entanto, ainda precisa da aprovação russa e da formalização entre as partes envolvidas no conflito.
Durante o encontro, os Estados Unidos confirmaram que retomarão o compartilhamento de informações de inteligência e a assistência de segurança à Ucrânia. Além disso, os dois países se comprometeram a acelerar a assinatura de um tratado para exploração dos recursos minerais ucranianos.
A trégua na Ucrânia pode se tornar permanente?
Os detalhes do acordo ainda não foram divulgados, e não há um prazo estabelecido para a entrada em vigor da trégua, caso a Rússia aceite os termos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou o avanço e afirmou que a proposta oferece garantias de segurança ao país em terra, água e mar.
Ele também destacou que o governo ucraniano incluiu no acordo um pedido para a troca de prisioneiros civis e militares, além da devolução de crianças ucranianas levadas à força para a Rússia.
“A Ucrânia está pronta para aceitar esta proposta — nós a vemos como um passo positivo e estamos prontos para isso. Agora, cabe aos Estados Unidos convencer a Rússia a fazer o mesmo. Se a Rússia concordar, o cessar-fogo entrará em vigor imediatamente”, declarou Zelensky.
Nos Estados Unidos, o secretário de Estado, Marco Rubio, elogiou a postura ucraniana e expressou esperança de que a Rússia adote a mesma posição. Ele também afirmou que o prazo inicial de 30 dias poderá ser prorrogado, caso haja consenso entre as partes.
Já o conselheiro de Segurança Nacional do governo do ex-presidente Donald Trump, Mike Waltz, revelou que se reunirá em breve com representantes russos para discutir a proposta. Segundo ele, o acordo prevê garantias para consolidar uma paz duradoura na região.
Até a última atualização desta reportagem, o governo russo não havia se manifestado sobre a proposta.
O encontro e os atritos recentes
A reunião entre autoridades dos Estados Unidos e da Ucrânia ocorre poucos dias após um episódio de tensão na Casa Branca. Há 11 dias, os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky discutiram durante um encontro no local. A troca de farpas começou quando o líder ucraniano contestou uma declaração do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.
Na ocasião, Trump acusou Zelensky de apostar com a vida de milhões de pessoas e insinuou que ele estaria disposto a arriscar uma Terceira Guerra Mundial. Vance, por sua vez, chamou o presidente ucraniano de ingrato. O desentendimento fez com que Zelensky deixasse a reunião sem assinar um acordo que permitiria a exploração de minérios ucranianos pelos Estados Unidos, tratado considerado crucial para a manutenção do apoio americano ao país.
Após o episódio, Zelensky fez diversos acenos diplomáticos aos EUA, culminando no encontro desta terça-feira. Poucas horas antes da reunião, a Ucrânia realizou um ataque de drones contra Moscou, deixando três mortos e 17 feridos. O bombardeio causou incêndios e levou à suspensão temporária das operações em quatro aeroportos da capital russa, segundo autoridades locais.
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