
No Brasil, o acesso ao crédito revela significativas desigualdades entre classes sociais distintas. Dados de uma pesquisa recente mostram que apenas 40% das pessoas de baixa renda possuem cartão de crédito, enquanto esse percentual sobe para 58% entre a classe média e chega a 73% entre os mais ricos. Essa desigualdade no crédito expõe não só disparidades econômicas, mas também as diferentes oportunidades de consumo e investimento acessíveis a cada grupo.
O estudo, que entrevistou 2 mil pessoas em todo o país, também revela que 68% dos brasileiros de baixa renda têm conta em banco, e 65% estão cadastrados no Pix, sistema de pagamentos instantâneos. Mesmo assim, 60% desse grupo ainda são privados de cartões de crédito, o que restringe suas opções financeiras e pode comprometer a capacidade de lidar com emergências financeiras ou investir em bens duráveis.
Consequências do endividamento

A realidade do endividamento afeta muitos brasileiros, especialmente aqueles de baixa renda. Conforme o levantamento, 25% desse grupo relatam ter dívidas, 52% afirmam ter poucas dívidas, e 23% não possuem nenhuma. Esse cenário pode ser resultado de múltiplos fatores, como o acesso restrito a crédito formal e a necessidade de recorrer a empréstimos informais ou com altas taxas de juros.
O endividamento pode trazer impactos profundos para a estabilidade financeira das famílias, restringindo sua capacidade de poupança e investimento no futuro. Além disso, a pressão das dívidas pode perpetuar um ciclo de pobreza, obrigando famílias a direcionarem grande parte de sua renda para o pagamento de dívidas, em vez de investir em educação ou saúde.
Como os brasileiros de baixa renda administram suas finanças?
Sobre a destinação do dinheiro restante, 19% dos brasileiros de baixa renda reportam que economizam para o futuro. Outros 15% usam parte da renda para ajudar a família, e 13% gastam em roupas ou calçados. Essa distribuição do uso do dinheiro evidencia as prioridades e necessidades imediatas dessas famílias.
Curiosamente, 85% dos brasileiros de baixa renda acreditam que dinheiro é feito para ser gasto, sinalizando possivelmente uma cultura de consumo a curto prazo. Contudo, 73% também poupam para evitar aperto financeiro, mostrando preocupação com a segurança financeira e a importância de estar preparado para imprevistos.
Importância das iniciativas de inclusão financeira
Iniciativas de inclusão financeira são fundamentais para diminuir as desigualdades no acesso ao crédito e melhorar a estabilidade econômica de famílias de baixa renda. Programas que promovem a educação financeira e oferecem acesso a produtos financeiros acessíveis podem ajudar a romper o ciclo de pobreza, possibilitando um futuro mais seguro para essas famílias.
Além disso, ações como o Feirão Serasa Limpa Nome, que facilita a quitação de dívidas, podem proporcionar alívio imediato àqueles em dificuldade financeira. Estas iniciativas não somente ajudam a reduzir o endividamento, mas também aumentam a confiança dos consumidores no sistema financeiro, encorajando o uso responsável do crédito.