Banco Central recebe inúmeros pedidos sobre o Pix

Banco Central
Banco Central – Créditos: depositphotos.com / diegograndi

O Mecanismo Especial de Devolução (MED) foi instaurado pelo Banco Central como uma medida para ressarcir os correntistas vítimas de golpes financeiros por meio do sistema de pagamento instantâneo, o Pix. Desde sua implementação, o número de solicitações de reembolso cresceu substancialmente, refletindo a vulnerabilidade dos usuários a fraudes e a importância do sistema na tentativa de recuperar valores subtraídos fraudulentamente.

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Em 2024, foram registradas quase cinco milhões de solicitações de MED, um aumento de 98% em relação ao ano anterior. Contudo, apenas uma pequena parcela dessas solicitações obteve êxito. A complexidade por trás desse processo e os desafios enfrentados pelos bancos em bloquear quantias transferidas fraudulentamente são fatores críticos que impactam nos resultados.

Quais são os desafios enfrentados pelo MED?

O funcionamento do MED depende de diversos fatores, incluindo o tempo de resposta do consumidor ao perceber a fraude e o saldo disponível na conta do fraudador. Ao notificar o banco sobre uma transação suspeita, a instituição deve agir rapidamente para congelar os valores na conta recebedora. Entretanto, a devolução só é possível caso haja saldo disponível, o que não é sempre garantido, especialmente devido à facilidade com que golpistas abrem e fecham contas.

Além disso, o processo pode ser frustrado por erros operacionais, como a interpretação incorreta das reclamações pelo atendimento ao cliente. A implementação de ferramentas de autoatendimento para registro de solicitações de MED busca mitigar esses problemas, permitindo aos usuários reportar fraudes diretamente através dos aplicativos bancários.

Quais são os tipos comuns de golpes envolvendo o Pix?

Uma variedade de golpes vem sendo aplicada utilizando o Pix. Entre os mais comuns estão a venda de produtos ou serviços inexistentes, fraudes envolvendo promessas de investimento e solicitações de empréstimo por indivíduos se passando por conhecidos das vítimas. Esses esquemas resultam em perdas financeiras significativas para os usuários, com um prejuízo médio em torno de R$ 2,1 mil por vítima, de acordo com levantamentos realizados.

Outra prática comum é a triangulação de contas, onde o dinheiro é rapidamente transferido entre diversas contas para dificultar seu rastreamento. As instituições financeiras vêm adotando medidas para identificar transações atípicas, o que pode ajudar a inibir a eficácia desses golpes.

Banco central registra aumento de pedidos de reembolso de golpe do Pix.
PIX – Créditos: depositphotos.com / rafapress

O que as instituições financeiras estão fazendo para mitigar as fraudes?

Os bancos, em parceria com o Banco Central, implementaram processos de monitoramento mais rigorosos para detectar atividades suspeitas. Eles estão utilizando tecnologias para validar dados biométricos e melhorar os protocolos de segurança, com o objetivo de identificar e bloquear transações potencialmente fraudulentas antes que causem danos.

Novas normativas, que incluem revisões periódicas das contas e a marcação de transações suspeitas, foram estabelecidas. Esse acompanhamento contínuo visa reduzir os casos de fraude e aumentar a confiança dos consumidores no uso do Pix.

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Como os usuários podem se proteger de fraudes e golpes?

A proteção contra fraudes depende não só das medidas implementadas pelas instituições financeiras, mas também da conscientização e precaução dos usuários ao realizar transações. Recomenda-se que as pessoas mantenham suas informações pessoais seguras e evitem divulgá-las em plataformas públicas. Ao executar um Pix, é importante verificar a legitimidade do destinatário antes de concluir a transação.

Além disso, em caso de suspeita de fraude, registrar um Boletim de Ocorrência pode fortalecer a evidência de que um crime ocorreu, auxiliando no processo de recuperação dos valores. Com tais precauções e o uso consciente do meio digital, é possível minimizar os riscos associados aos pagamentos instantâneos no Brasil.

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