
O salário mínimo é um componente essencial da economia brasileira, servindo como base de remuneração para milhões de trabalhadores. Estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ele define o piso salarial para uma jornada de 44 horas semanais. Além de impactar diretamente os trabalhadores, o salário mínimo também influencia o reajuste de salários no setor público, as aposentadorias e diversos benefícios sociais, como o Bolsa Família.
Com o passar dos anos, o valor do salário mínimo tem sido ajustado para refletir as mudanças econômicas e sociais do país. No entanto, a discussão sobre o valor ideal continua a ser um tema relevante, considerando as disparidades regionais e as necessidades básicas dos trabalhadores e suas famílias.
Como são calculados os descontos?
Para os trabalhadores que recebem um salário mínimo, o desconto do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) é isento. No entanto, há uma alíquota de 7,5% referente ao INSS, resultando em um desconto de R$ 113,85. Assim, o salário líquido para esses trabalhadores é de aproximadamente R$ 1.404,15, considerando que não haja outros descontos não fixos.
Para aqueles que ganham acima do salário mínimo, os descontos podem chegar a 41,5% da remuneração mensal. Isso inclui até 14% para o INSS e 27,5% para o Imposto de Renda, dependendo da faixa salarial. Além disso, outros descontos podem ser aplicados, como vale-transporte, faltas, empréstimos consignados, adiantamentos, contribuições sindicais, planos de saúde e pensão alimentícia.
Qual é o processo de reajuste?
O reajuste do salário mínimo é calculado com base na política de valorização estabelecida pela Lei nº 14.663/23. Este cálculo considera a inflação dos 12 meses anteriores, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, limitado a 2,5%. Em 2025, o salário mínimo foi reajustado para R$ 1.518,00.
O reajuste deve ser registrado no Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) pelo empregador. Este processo não é automático e deve ser feito manualmente, garantindo que o valor atualizado seja aplicado corretamente na folha de pagamento.

O salário mínimo é suficiente para viver no Brasil?
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo atual representa apenas uma fração do necessário para atender às necessidades básicas de uma família. O cálculo do salário ideal considera despesas com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Apesar das limitações, o aumento do salário mínimo precisa ser sustentável para não comprometer a economia. A adoção de um salário ideal esbarra na produtividade do país e nos custos da folha de pagamento, que poderiam aumentar a informalidade no mercado de trabalho.
Como funciona o salário mínimo regional?
A Lei Complementar nº 103/2000 permite que estados estabeleçam um salário mínimo regional, beneficiando categorias sem piso definido em lei federal. Este valor pode diferir do salário nacional, mas não pode ser inferior a ele. Atualmente, cinco estados brasileiros têm um salário mínimo regional: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O salário mínimo regional reflete as variações no custo de vida e na produtividade econômica de cada região. Por exemplo, o Paraná possui um dos maiores pisos regionais, com valores que variam de R$ 1.856,94 a R$ 2.134,88, dependendo da faixa salarial.
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