Em um segundo ano consecutivo sem Carnaval, a economia do Rio de Janeiro pode deixar de movimentar cerca de R$ 6 bilhões. Somente com os blocos de rua, os valores gastos de hospedagens e consumo dos foliões chegam a cerca de R$ 1 bilhão.
A Sapucaí costuma receber mais estrangeiros, movimenta ingressos, venda de camarotes e concentra sua maior parte dos ganhos para a cidade neste período. O estudo é dos pesquisadores Cristina Couri, do Laboratório de Economia Criativa da ESPM, e Gabriel Pinto, do Laboratório de Inteligência Artificial da Unirio.
A capital já suspendeu o Carnaval de rua na cidade, por outro lado, os desfiles das escolas de samba na Sapucaí seguem mantidos. Nas próximas semanas, o cenário da Covid-19 vai conseguir ajudar a definir os protocolos adequados para a festa em fevereiro.
Segundo informações da CNN, a cidade do Rio está entre as capitais que suspenderam a festa. Ao todo, foi contabilizado o cancelamento do Carnaval de 2022 em 17 capitais e no Distrito Federal (DF). O Rio será o município mais impactado de acordo com os pesquisadores.
“O Carnaval do Rio é o mais importante, historicamente. Todas as cidades vão sentir da mesma maneira, mas proporcionalmente. A gente vê que o Carnaval em São Paulo tem crescido, principalmente na quantidade de blocos. Brasília e Belo Horizonte também. Além de outras cidades tradicionais como Salvador e Recife. Mas o Rio é o maior”, afirmou Cristina Couri.
O que chamou a atenção no levantamento também foi o número de pessoas que terão a renda impactada com a não realização do Carnaval de rua. Pelo menos 20 mil profissionais diretos, durante o ano inteiro, estão envolvidos na festa.
“Temos um movimento de sete milhões de pessoas apaixonadas pelo Carnaval do Rio nessa época, gerando uma expectativa muito grande. Não podemos esquecer das pessoas que trabalham ao longo do ano inteiro. Esses 20 mil, na verdade, são o mínimo porque os ambulantes são trabalhadores informais e extremamente importantes, não conseguimos contabilizar. Na época mesmo do Carnaval, tem gente que nem volta pra casa, fica na rua direto para poder vender”, explicou Gabriel Pinto.
O levantamento apontou que, o consumo médio de uma pessoa no bloco é de R$ no próprio bloco, sendo R$ 65 em bebida. Considerando o total de foliões do Carnaval de rua, isso faz um total de R$ 682,2 milhões, sendo 80% com ambulantes.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, propôs nesta semana ao patrocinador do Carnaval de rua oficial do Rio e aos blocos da cidade que houvesse uma espécie de cortejo fechado. Os blocos desfilaram em três lugares da cidade, com controle sanitário, como o Parque Olímpico e o Parque da Madureira.
Estão sendo debatidas e conversadas as alternativas para fazer a realização dos cortejos, e preparar uma contraproposta para ser apresentada ao prefeito.
‘A posição do governo estadual hoje é de que o carnaval da Sapucaí vai acontecer’, afirma governador Claudio Castro https://t.co/z5XQY6LfmZ pic.twitter.com/rcxGfsyHgm
— Rio News Now (@rionewsnow) January 10, 2022