O setor de cartões e meios de pagamentos eletrônicos no Brasil registrou um movimento significativo em 2024, totalizando R$ 4,1 trilhões. Este aumento de 10,9% em relação ao ano anterior destaca o crescimento do uso desses métodos, que somaram 45,7 bilhões de transações, uma elevação de 8,2% conforme dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
Entre os diferentes tipos de cartões, o de crédito continua a liderar, movimentando R$ 2,8 trilhões, marcando um crescimento de 14,6%. O cartão de débito, entretanto, apresentou uma leve queda de 0,1%, com um total de R$ 1 trilhão transacionado. Já os cartões pré-pagos surpreenderam com um crescimento robusto de 18,1%, alcançando R$ 379,4 bilhões.
Como o pagamento por aproximação está transformando o mercado?
O pagamento por aproximação ganhou destaque, atingindo a cifra de R$ 1,5 trilhões em 2024, o que representou um aumento de 48,3% em comparação ao ano anterior. Este método se tornou essencial, dado que as compras por aproximação chegaram a envolver 23,6 bilhões de transações, um aumento notável de 34,9% em relação a 2023.
Os números da Abecs revelam que 67,2% das compras presenciais em dezembro foram realizadas por aproximação. Tal tecnologia é amplamente adotada, com 65% dos brasileiros optando por ela sempre que possível, enquanto outros 21% usam ocasionalmente e 15% raramente a utilizam.
Quais as projeções para o futuro dos meios eletrônicos de pagamento?
Para 2025, as projeções são otimistas. A Abecs estima que o movimento total dos meios eletrônicos de pagamento deve alcançar R$ 4,6 trilhões, um aumento de 11% comparado a 2024. Este crescimento é sustentado por fatores como o PIB, o consumo das famílias e o desemprego.
Giancarlo Greco, presidente da Abecs, prevê que o crédito deve continuar a expandir-se de forma sólida, enquanto o débito pode apresentar estabilidade devido à concorrência do PIX. A versatilidade do PIX, especialmente em sua versão por aproximação, contribui para essa dinâmica, competindo diretamente com o débito, o que pode alterar tendências no mercado.
Pagamentos recorrentes e compras não presenciais, uma nova era
Os pagamentos recorrentes alcançaram R$ 106 bilhões, representando um aumento de 38,6%. Dentro desse total, o cartão de crédito foi responsável por R$ 100,8 bilhões, uma alta de 39,9% quando comparado a 2023. Os cartões de débito e pré-pagos também tiveram crescimento, com aumentos de 11,5% e 22,7%, respectivamente.
No cenário das compras online, o valor movimentado pelo cartão chegou a R$ 979,4 bilhões, aumento de 17,9% segundo a Abecs. Notavelmente, o uso do débito em transações online cresceu 397%, enquanto o crédito subiu 191,9%, evidenciando novas preferências entre os consumidores brasileiros.
O papel das compras parceladas sem juros
As compras parceladas sem juros foram parte importante das transações, correspondendo a 41,1% de todas as compras feitas com cartão em 2024, o que totalizou R$ 1,3 trilhões. Estas transações refletem o comportamento consumidor, com 65% das compras parceladas sendo divididas entre duas e seis parcelas, e apenas 1% das compras superando 12 vezes.
A preferência dos brasileiros por comprar parcelado, muitas vezes sem juros, mostra uma disposição para maximizar a flexibilidade financeira, ao mesmo tempo que aproveitam oportunidades de crédito. Com tais facilidades, os consumidores continuam a moldar o cenário dos meios de pagamento no Brasil.
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