O Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para novembro, divulgado nesta sexta-feira (29), aponta que a confiança do consumidor manteve a estabilidade em relação a outubro, com 103 pontos. Mas recuou 7,2% na comparação com novembro do ano passado.
A constatação de que a confiança se manteve no “campo otimista”, acima dos 100 pontos, é um sinal positivo para a economia. Contudo, ao comparar os resultados com o mesmo período do ano passado, nota-se uma redução de 7,2%, indicando que fatores subjacentes, como inflação e poder aquisitivo, podem estar impactando a confiança dos consumidores.
Conforme o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP, essa estabilidade mensal pode ser resultado de dois efeitos opostos. “Por um lado, os aumentos observados no emprego e na renda tendem a impactar positivamente a confiança dos consumidores. Por outro, a deterioração do poder aquisitivo das famílias, provocada pela aceleração da inflação, especialmente os aumentos nos preços de itens essenciais, como alimentos e bebidas, faz com que o consumidor se torne mais cauteloso em suas compras”, disse.
Quais fatores influenciam a confiança do consumidor?
De acordo com economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a estabilidade no índice pode ser atribuída a uma combinação de aspectos positivos e negativos. Por um lado, o aumento nos níveis de emprego e renda contribui para uma perspectiva mais otimista.
No entanto, a inflação crescente, especialmente nos preços de itens essenciais como alimentos e bebidas, pode estar restringindo o poder de compra das famílias.
Essa dinâmica dupla destaca a cautela que muitos consumidores adotam ao planejar suas compras, mesmo diante de um cenário de aumento geral na geração de empregos. A segurança no emprego, por outro lado, parece exercer uma influência positiva, incentivando investimentos em itens de maior valor.
Confiança varia entre as regiões e classes socioeconômicas
O INC também revelou diferenças regionais significativas na confiança do consumidor. A Região Nordeste apresentou uma queda na confiança, enquanto as regiões Centro-Oeste e Norte registraram aumentos. As regiões Sul e Sudeste, por sua vez, permaneceram estáveis.
Isso pode refletir as particularidades econômicas e sociais de cada região, influenciando a percepção dos consumidores.
No que se referem às classes socioeconômicas, as classes AB mostraram resultados mais elevados em comparação às classes C e DE, que se mantiveram estáveis.
Essa variação pode indicar que indivíduos em classes sociais mais abastadas têm maior resiliência face às flutuações econômicas, permitindo-lhes manter uma perspectiva mais otimista.
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— Diário do Comércio (@dcomercio1) October 5, 2023