
O saque-aniversário do FGTS é uma modalidade que permite aos trabalhadores retirarem anualmente uma parte do saldo de suas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Essa opção foi criada para oferecer mais flexibilidade aos trabalhadores, permitindo que acessem parte de seus recursos sem precisar de uma justificativa específica, como demissão ou aposentadoria.
Implementado em 2020, o saque-aniversário rapidamente ganhou popularidade. Até o final de 2024, cerca de 37,2 milhões de trabalhadores haviam aderido a essa modalidade. A adesão a essa opção não é obrigatória, e o trabalhador pode escolher se deseja ou não participar, mantendo a possibilidade de retornar ao saque-rescisão tradicional, caso prefira.
Como funciona a antecipação do saque-aniversário?
A antecipação do saque-aniversário é uma alternativa que permite aos trabalhadores acessarem os valores futuros de seus saques anuais. Essa modalidade funciona como um empréstimo, onde o saldo do FGTS serve como garantia. Os bancos oferecem essa opção, permitindo que os trabalhadores recebam antecipadamente os valores que teriam direito nos próximos anos.
Os juros cobrados por essa antecipação são limitados a 1,8% ao mês, conforme resolução do Conselho Curador do FGTS. Atualmente, não há um limite de tempo para essa antecipação, o que permite que algumas instituições financeiras ofereçam prazos de até 20 anos. No entanto, uma proposta em discussão sugere limitar esse prazo a cinco anos, buscando equilibrar o uso dos recursos do FGTS.
Por que limitar a antecipação do saque-aniversário?
O governo propôs limitar a antecipação do saque-aniversário a um máximo de cinco anos. Essa medida visa evitar que uma parcela significativa dos recursos do FGTS fique comprometida a longo prazo, o que poderia impactar negativamente projetos de habitação financiados pelo Fundo. Entre 2019 e 2024, o FGTS destinou R$ 444 bilhões para financiamentos habitacionais, e o aumento dos saques poderia reduzir essa capacidade de investimento.
Além disso, o Ministério do Trabalho argumenta que é importante proteger os trabalhadores, garantindo que eles não fiquem sem recursos em caso de demissão sem justa causa. O saque em caso de demissão é uma das modalidades mais antigas do FGTS e serve como uma rede de segurança para os trabalhadores.

Quais são as outras modalidades de saque do FGTS?
Além do saque-aniversário, o FGTS oferece outras modalidades de saque. O saque-rescisão é a forma tradicional, permitindo que o trabalhador retire o saldo em caso de demissão sem justa causa. Há também o saque extraordinário, disponível em situações de calamidade pública, doenças graves, aposentadoria e ao atingir 70 anos de idade.
Essas opções visam atender diferentes necessidades dos trabalhadores, oferecendo suporte financeiro em momentos críticos. A escolha entre as modalidades depende das circunstâncias pessoais de cada trabalhador e de suas prioridades financeiras.
Qual é o futuro das mudanças no FGTS?
As discussões sobre as mudanças no saque-aniversário e a introdução de um novo empréstimo consignado para trabalhadores do setor privado continuam em andamento. O governo e as instituições financeiras estão avaliando a melhor forma de implementar essas alterações, garantindo que os interesses dos trabalhadores e a sustentabilidade do FGTS sejam preservados.
Embora a proposta de limitar a antecipação do saque-aniversário ainda precise ser aprovada pelo Congresso, ela reflete um esforço para equilibrar o uso dos recursos do FGTS, protegendo tanto os trabalhadores quanto os projetos financiados pelo Fundo. As decisões finais sobre essas mudanças devem ser tomadas com cuidado, considerando os impactos a longo prazo para todos os envolvidos.
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