
A inflação oficial do país teve forte avanço em fevereiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,31%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, a taxa acumulada atingiu 5,06%, acima dos 4,56% registrados no período anterior.
Este foi o maior aumento para fevereiro desde 2003, conforme a série histórica do IBGE. Em janeiro, o índice havia subido apenas 0,16%.
O IPCA foi divulgado pelo IBGE. Acesse: https://t.co/U429tUaa0v#BancoCentral #IPCA pic.twitter.com/edKhmcF4br
— Banco Central BR (@BancoCentralBR) March 12, 2025
Energia elétrica dispara e puxa inflação de fevereiro
O setor de habitação teve o maior impacto no IPCA, principalmente devido ao aumento de 16,80% na energia elétrica residencial. Esse reajuste sozinho contribuiu com 0,56 ponto percentual (p.p.) para o índice.
“Essa alta se deu em razão do fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos em faturas no mês de janeiro. Com isso, o subitem energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,80% em fevereiro”, explicou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, à CNN.
Os preços do grupo habitação, que haviam recuado 3,08% em janeiro, avançaram 4,44% em fevereiro. Além da energia, outros itens desse segmento também contribuíram para a alta da inflação.
O que mais subiu?
O setor de educação registrou a maior variação percentual, com alta de 4,70% e impacto de 0,28 p.p. no índice geral. Esse aumento ocorre tradicionalmente no início do ano, devido aos reajustes nas mensalidades escolares.
Segundo Gonçalves, o avanço foi puxado por elevações nos preços do ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
Alimentação e transportes aliviaram a inflação?
Os grupos de alimentação e bebidas e transportes tiveram desaceleração em relação a janeiro. A alimentação subiu 0,70%, contra 0,96% no mês anterior. Entre os produtos que mais aumentaram estão o ovo de galinha (15,39%) e o café moído (10,77%). Já a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%) registraram queda.
“O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, e, também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta”, detalhou Gonçalves.
Os transportes, que haviam subido 1,30% em janeiro, registraram variação menor em fevereiro, com 0,61%. O aumento nos combustíveis (2,89%) pressionou o índice, com destaque para o óleo diesel (4,35%), o etanol (3,62%) e a gasolina (2,78%). A gasolina teve o segundo maior impacto individual no IPCA, com 0,14 p.p. O gás veicular (-0,52%) foi o único combustível a apresentar queda.
Os demais grupos tiveram as seguintes variações: artigos de residência (0,44%), vestuário (0,00%), saúde e cuidados pessoais (0,49%), despesas pessoais (0,13%) e comunicação (0,17%).
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