
O saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma modalidade que permite ao trabalhador retirar anualmente uma parte do saldo do seu FGTS no mês de seu aniversário. Esta opção foi introduzida em 2019 como uma alternativa ao saque-rescisão, que é realizado em casos de demissão sem justa causa. No entanto, ao optar pelo saque-aniversário, o trabalhador perde o direito de sacar o valor total do fundo por dois anos em caso de demissão.
O objetivo principal do saque-aniversário é oferecer maior flexibilidade ao trabalhador, permitindo acesso a parte dos recursos do FGTS de forma periódica. No entanto, essa modalidade tem gerado debates sobre sua eficácia e impacto na segurança financeira dos trabalhadores, especialmente em situações de desemprego.
Por que o governo deseja alterar o saque-aniversário?
Desde o início de sua gestão, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tem expressado preocupações em relação ao saque-aniversário. Segundo ele, essa modalidade pode comprometer a segurança financeira dos trabalhadores em caso de demissão sem justa causa. A preocupação central é que, ao retirar parte do saldo anualmente, o trabalhador pode ficar sem uma reserva financeira adequada para momentos de necessidade, como a perda do emprego.
O governo federal considera que a modalidade atual pode não ser a mais benéfica para os trabalhadores a longo prazo. Por isso, há uma intenção de revisar as regras do saque-aniversário, visando garantir que os trabalhadores tenham uma proteção financeira mais robusta em situações de desemprego.
Qual é a reação do Congresso Nacional?
A proposta de alteração no saque-aniversário enfrenta forte resistência no Congresso Nacional. Parlamentares de diversos partidos já manifestaram oposição a qualquer mudança na modalidade, que foi aprovada pelo próprio Legislativo em 2019. Líderes partidários afirmam que não foram consultados sobre possíveis alterações e demonstram relutância em apoiar a proposta.
Um dos principais argumentos contra a mudança é a falta de diálogo prévio entre o governo e o Congresso. Parlamentares destacam que a proposta foi apresentada de forma surpreendente, sem o devido debate com os legisladores, o que dificulta a construção de um consenso em torno do tema.

Como a oposição está reagindo?
A oposição no Congresso já está se mobilizando para barrar qualquer tentativa de alteração no saque-aniversário. O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, afirmou que a medida não tem chances de ser aprovada, uma vez que o governo enfrenta dificuldades para negociar com o Congresso. Segundo ele, a proposta representa uma intervenção do Estado na vida do trabalhador, que deve ter liberdade para decidir sobre o uso do seu FGTS.
Além disso, a oposição argumenta que a medida não tem apoio suficiente entre os parlamentares, o que torna improvável sua aprovação. A resistência à proposta é vista como uma defesa da autonomia do trabalhador em relação ao uso dos recursos do FGTS.
Quais são as perspectivas futuras para o saque-aniversário?
O futuro do saque-aniversário do FGTS ainda é incerto, dado o atual cenário de resistência no Congresso Nacional. A falta de consenso entre o governo e os parlamentares dificulta a implementação de mudanças na modalidade. No entanto, o debate sobre a melhor forma de garantir a segurança financeira dos trabalhadores continua em pauta.
Para que qualquer alteração seja efetivada, será necessário um diálogo mais aprofundado entre o governo e o Legislativo, buscando um equilíbrio entre a flexibilidade oferecida pelo saque-aniversário e a proteção financeira dos trabalhadores em momentos de desemprego. Até lá, o saque-aniversário permanece como uma opção para os trabalhadores que desejam acessar parte do seu FGTS anualmente.
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