
O golpe do “Pix errado” é uma fraude que tem se tornado comum no Brasil, explorando o sistema de transferências instantâneas do Banco Central, conhecido como Pix. O esquema começa com uma transferência aparentemente equivocada para a conta da vítima. Os golpistas, em seguida, entram em contato, geralmente por WhatsApp ou ligação, alegando que o depósito foi um erro e solicitam a devolução do dinheiro.
O problema se agrava quando a vítima, em vez de usar o recurso automático de reembolso oferecido pelo banco, faz uma nova transferência para uma conta indicada pelo golpista. Paralelamente, o criminoso aciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED) junto ao seu banco, alegando que foi lesado, o que pode resultar no bloqueio ou retirada dos valores da conta da vítima.
Como funciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED)?
O Mecanismo Especial de Devolução (MED) é uma ferramenta criada pelo Banco Central para proteger os usuários de fraudes e erros em transações via Pix. Quando acionado, o MED permite que o banco bloqueie ou devolva valores transferidos de forma indevida. No entanto, os golpistas têm se aproveitado desse mecanismo para consolidar o golpe do “Pix errado”.
Ao alegar que foram lesados, os criminosos conseguem que o sistema bloqueie os valores na conta da vítima e os devolva para eles. Isso ocorre enquanto a vítima, sem saber, já transferiu voluntariamente o montante para outra conta indicada pelo golpista.
Como se proteger do golpe do “Pix errado”?
Para evitar cair no golpe do “Pix errado”, é fundamental adotar algumas precauções. Primeiramente, sempre verifique se o valor realmente entrou na sua conta antes de realizar qualquer devolução. Caso decida devolver o dinheiro, utilize exclusivamente a função de reembolso oferecida pelo seu banco, que garante que o valor retorne à conta de origem.
É importante nunca realizar uma nova transferência para uma conta indicada por terceiros, mesmo que a pessoa insista ou apresente uma situação de urgência. Além disso, mantenha-se informado sobre as funcionalidades do Pix e as medidas de segurança recomendadas pelo Banco Central.

O que fazer se já caiu no golpe?
Se já foi vítima do golpe do “Pix errado”, é crucial agir rapidamente. Entre em contato com o seu banco em até 80 dias após a transação para relatar o ocorrido. A instituição deve avaliar o caso e pode aplicar o Mecanismo Especial de Devolução para tentar bloquear os recursos na conta do recebedor.
O processo de recuperação pode durar até sete dias, e se for confirmado que houve fraude, o dinheiro deve ser devolvido em até 96 horas, desde que ainda haja saldo na conta do golpista. Caso contrário, o banco do remetente monitorará a conta por até 90 dias, realizando devoluções parciais assim que houver saldo.
Quais são as medidas legais disponíveis?
Se o problema não for resolvido pelo banco, a vítima pode registrar uma queixa no Procon ou até mesmo recorrer à Justiça. É importante lembrar que o banco que recebeu o Pix não é obrigado a cobrir o prejuízo com recursos próprios, segundo o Banco Central. Portanto, buscar assistência legal pode ser necessário para tentar recuperar os valores perdidos.
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