
Em janeiro de 2025, um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicou um aumento notório no preço da cesta básica em 13 das 17 capitais brasileiras analisadas. Este cenário evidencia uma dificuldade generalizada no país: o acesso aos alimentos é desafiado por preços elevados para o salário mínimo. As capitais com as maiores elevações foram Salvador, Belém e Fortaleza, com incrementos de 6,22%, 4,80% e 3,96%, respectivamente.
São Paulo foi a capital com a cesta básica mais cara, custando R$ 851,82, equivalente a 60% do salário mínimo oficial de R$ 1.518. Outras capitais do sul e sudeste, como Florianópolis, Rio de Janeiro e Porto Alegre, também se destacaram entre as mais onerosas. No norte e nordeste, embora os custos sejam menores, eles continuam representativos frente ao salário mínimo.
Os brasileiros conseguem sustentar a família com o salário mínimo?
Os elevados preços dos alimentos afetam diretamente a renda dos trabalhadores brasileiros. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda média em outubro de 2024 foi de R$ 3.279,00. Entretanto, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.156,15 em janeiro de 2025. Tal discrepância destaca as dificuldades das famílias em cobrir despesas essenciais.
A comparação entre o salário mínimo vigente e o necessário é feita usando a cesta básica mais elevada, que pertence a São Paulo. Segundo a Constituição brasileira, o salário mínimo deve atender a necessidades básicas como alimentação, moradia, saúde e educação, mas o valor atual fica aquém desse objetivo.

Quais alimentos mais impactam o aumento da cesta básica?
Segundo o Dieese, três itens principais têm contribuído para o aumento da cesta básica: café em pó, tomate e pão francês. O café aumentou em todas as capitais pesquisadas nos últimos 12 meses. O tomate, apesar das oscilações, teve aumentos marcantes em Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, influenciado por chuvas intensas. O pão francês subiu em 16 cidades devido à baixa oferta de trigo nacional e à necessidade de importação em um cenário de câmbio desvalorizado.
Os aumentos nos preços dos alimentos pressionam a renda das famílias, comprometendo o poder de compra e intensificando a insegurança alimentar, tornando-se um problema econômico e social significativo.
O que o governo pode fazer para conter a alta dos alimentos?
Os desafios do aumento de preços dos alimentos no Brasil exigem uma abordagem coordenada do governo federal. Medidas imediatas, como subsídios e controle da inflação, devem ser aliadas a políticas estruturais de longo prazo, incluindo investimentos na agricultura, melhorias na infraestrutura e revisão da carga tributária.
Apenas através de ações governamentais eficazes será possível promover a segurança alimentar e a estabilidade econômica no Brasil. A responsabilidade do governo é crucial na criação e implementação de políticas que contenham a alta dos alimentos e minimizem seus impactos na população.
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