
O salário mínimo no Brasil é um tema de grande relevância, pois afeta diretamente a vida de milhões de trabalhadores e suas famílias. Em 2025, o valor foi ajustado para R$ 1.518,00, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior. Este reajuste foi sancionado pelo presidente em abril, mas entrou em vigor oficialmente em janeiro, com os trabalhadores recebendo o novo valor já em fevereiro.
Além de ser a base de remuneração para muitos trabalhadores, o salário mínimo também serve como referência para o reajuste de salários no setor público, aposentadorias e benefícios sociais, como o Bolsa Família. A previsão do governo federal é que continue a subir nos próximos anos, atingindo R$ 1.630,00 em 2026, conforme o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).
Como é calculado o reajuste do salário mínimo?
O reajuste do salário mínimo é determinado por uma política de valorização que considera dois principais fatores: a inflação acumulada nos 12 meses anteriores, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, limitado a 2,5%. Esta política visa não apenas repor as perdas inflacionárias, mas também aumentar o poder de compra dos trabalhadores.
O cálculo do reajuste para 2025, por exemplo, considerou a inflação acumulada até novembro de 2024 e o crescimento do PIB de 2023. Caso o PIB apresente crescimento negativo, o reajuste é feito apenas com base na inflação, garantindo que o poder de compra dos trabalhadores não seja reduzido.
Quais são os descontos aplicados?
Os trabalhadores que recebem o salário mínimo também estão sujeitos a descontos obrigatórios, como a contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Imposto de Renda (IR). Para quem ganha um salário mínimo, o desconto total pode chegar a R$ 113,85, resultando em um salário líquido de R$ 1.404,15.
Além dos descontos obrigatórios, outros valores podem ser deduzidos, como vale-transporte, empréstimos consignados, contribuições sindicais e planos de saúde. A legislação determina que os descontos não podem ultrapassar 70% do valor do salário, garantindo que o trabalhador receba uma quantia mínima para suas necessidades básicas.

Qual é o salário mínimo ideal para viver no Brasil?
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calcula que o salário mínimo necessário para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser significativamente maior do que o valor atual. Em 2024, o salário mínimo representava apenas 20,85% do necessário para uma vida digna, segundo o Dieese.
Este cálculo considera despesas com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. No entanto, especialistas apontam que um aumento significativo do salário mínimo poderia gerar impactos negativos na economia, como aumento da informalidade e dificuldades para a sustentabilidade fiscal do governo.
Salário mínimo regional: uma alternativa viável?
A legislação brasileira permite que estados estabeleçam um salário mínimo regional, que pode ser superior ao valor nacional. Atualmente, cinco estados adotam essa prática: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O regional leva em consideração o custo de vida e a produtividade de cada região, proporcionando uma remuneração mais adequada às condições locais.
Essa regionalização é vista como uma solução viável para ajustar o salário mínimo às realidades econômicas de diferentes áreas do país. No entanto, é importante garantir que o piso regional não seja inferior ao nacional, assegurando que todos os trabalhadores tenham seus direitos básicos garantidos.
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