O Tesouro Nacional captou US$ 2,25 bilhões de investidores internacionais com aumento de juros em relação às últimas emissões. O dinheiro veio do lançamento, feito hoje (29), de US$ 1,5 bilhão em títulos da dívida externa com vencimento em setembro de 2031 e de US$ 750 milhões em títulos da dívida externa com vencimento em janeiro de 2050.
A taxa obtida na emissão dos papéis de dez anos, com vencimento em 2031, somou 3,875% ao ano. No último lançamento desse tipo de papel, em dezembro do ano passado, o rendimento havia sido 3,45% ao ano.
Para os papéis de 30 anos, a taxa somou 4,925% ao ano. Na emissão mais recente, também em dezembro, os juros alcançados haviam somado 4,5% ao ano.
Os juros mais altos decorreram principalmente da alta recente nos títulos do Tesouro norte-americano, que subiram em 2021 à medida que a economia dos Estados Unidos se recupera da pandemia de covid-19. Como a taxa final depende do rendimento dos títulos norte-americanos, considerados os investimentos mais seguros do mundo, mais um prêmio de risco, os juros para os papéis brasileiros também subiram.
Taxas baixas de juros indicam pouca desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Em momentos de crise econômica como o atual, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros.
Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a vários anos com a correção dos juros acordada, de 3,875% ao ano para os papéis que vencem daqui a dez anos, e de 4,925% ao ano para os papéis que vencem daqui a 30 anos.
Spread
O spread, que é a diferença entre os títulos brasileiros de dez anos e os papéis do Tesouro norte-americano com o mesmo prazo, diminuiu. A taxa do papel brasileiro foi 240,2 pontos-base (2,402 pontos percentuais) maior que a dos papéis norte-americanos. Na emissão anterior, em dezembro, a diferença havia ficado em 250,1 pontos (2,501 pontos percentuais).
Para os papéis de 30 anos, o spread atingiu 282,5 pontos (2,825 pontos percentuais). O resultado é praticamente estável em relação à emissão de dezembro, quando a diferença havia totalizado 279,2 pontos (2,792 pontos percentuais).
Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 7 de julho. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.
(Agência Brasil)