A prefeitura de São Paulo alega ter a fila de espera na creche zerada, mas 595 crianças aguardam por creches específicas na capital. As vagas ofertadas a essas crianças são em locais distantes, o que inviabiliza a ida de muitas crianças até o local. Além disso, o transporte escolar gratuito não contempla a todos.
De acordo com o portal G1, há crianças aguardando por creches específicas, devido a distância, mas também há crianças sem vaga alguma, sem a necessidade de uma creche em especial.
Grande parte dos pais necessitam vagas específicas por conta da logística da família no dia a dia, em que muitos não possuem disponibilidade de tempo para levar as crianças até o local, não possuem condições financeiras de pagar por um transporte privado ou não são atendidas pelo Transporte Escolar Gratuito (TEG), oferecido pela prefeitura de São Paulo.
“Não somos nós, mães, que escolhemos a creche para nossos filhos. Eles informam que a vaga pode sair em uma creche de 1,5 km a 2 km do endereço de casa. Quando sai a vaga, se a mãe tem dificuldade com o local, tem de pedir transferência para uma creche mais próxima, mas aí entra na fila de espera novamente. Aí é mais demorado ainda. Mas só consigo fazer esse processo de transferência depois de sair a vaga e nem isso consegui ainda”, afirma Paula, mãe de uma criança na fila de espera, em entrevista ao G1.
O filho de Paula Bezerra da Silva Santos, Iago, foi destinado a uma escola que fica a 1,5 km de sua residência, dessa forma, Paulo paga R$ 120 reais mensais pelo transporte particular do menino até o local. A família não possui o direto ao transporte gratuito custeado pela prefeitura, pois a distância até a escola necessita ser superior a 2 quilômetros. Mas, alunos que se encaixam nos critérios para serem atendidos pelo transporte, não têm conseguido acesso ao benefício.
“Eu estava solicitando TEG e soube que não tem fila, porém eles têm regras e não liberaram o transporte para o Lucas apesar de ele estar dentro dos critérios: ter de 4 a 12 anos e morar a mais de 2 km da escola em uma rota calculada a pé. Fiz o cálculo e rota mais próxima a pé, deu 2,3 km, mas mesmo assim não liberaram. Disseram que deu menos de 2 km porque calcularam a rota em linha reta. Pedi para calcularem de novo, mas ninguém me deu atenção e ficou por isso mesmo”, afirma Larissa, mãe de aluno, que acabou optando por custear um transporte particular para seu filho. Dessa forma, muitos seguem na lista de espera e aguardam por creches ou escolas específicas na cidade de São Paulo.