Alice Munro, uma das escritoras mais conhecidas e importantes do Canadá, ficou conhecida por sua habilidade em explorar dilemas da vida humana através de suas histórias. A morte de Munro, aos 92 anos, pontua uma perda importante para o universo literário. Reconhecida como uma mestra dos contos, ela deixou um legado marcante, tanto por sua narrativa perspicaz quanto por seu ativismo contra a desigualdade de gênero.
Munro foi a primeira autora canadense a receber o Prêmio Nobel de Literatura, além de ser nomeada no Booker Internacional e no National Book Critics Circle Award. Seu livro “O Amor de uma Boa Mulher” recebeu destaque especial, sendo elogiado por seu estilo cinematográfico e atenção aos detalhes. Munro ganhou maior visibilidade no Brasil após o Nobel, com a tradução de suas obras, especialmente “Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento”.
alice munro, em “felicidade demais” pic.twitter.com/eo7V8UrMgV
— aline (@tdbem) May 14, 2024
A vida de Alice Munro
Nascida em 10 de julho de 1931, na província de Ontário, Munro cresceu em Wingham, uma pequena cidade rural que mais tarde serviria de inspiração para muitos de seus contos. A carreira literária de Munro começou cedo, escrevendo histórias desde a sua adolescência. No entanto, foi apenas na década de 1960 que ela começou a ganhar reconhecimento significativo com a publicação de suas primeiras coleções de contos, como “Dance of the Happy Shades“, de 1968 e “Something I’ve Been Meaning to Tell You“, publicado em 1974.
A treasure. 19 year-old me was star-struck. RIP Alice Munro. pic.twitter.com/vZsYqiJjgE
— Andrew Pyper 🇺🇦 (@andrewpyper) May 14, 2024
Seus contos eram frequentemente ambientados em comunidades rurais do Canadá, explorando temas como família, relacionamentos, memória e identidade. O estilo de escrita de Munro ganhou tanta notoriedade por sua simplicidade, bem como por sua capacidade de revelar questões emocionais e psicológicas em situações aparentemente comuns.
Apesar de se aposentar da escrita em tempo integral em 2013, Munro deixou para trás um legado duradouro que continua a inspirar leitores e escritores. Sua capacidade de capturar a complexidade da vida humana em suas histórias curtas garante que o seu nome permanecerá vivo nas páginas da literatura por muitas gerações.
morreu a alice munro e pensando aqui como quando uma das maiores se foi (a le guin): que honra poder ler elas na fonte e em tradução, poder estudar, dar aulas sobre.
que coisa incrível elas terem vivido tanto, ganhado prêmios importantes e não serem anônimas na história.
— Emanuela Siqueira (@notasaleatorias) May 14, 2024
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini