O caso do influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, ganhou destaque na mídia após a sua saída do presídio em Canoas, no Rio Grande do Sul. Sua advogada, Tatiana Borsa, foi desligada de sua defesa após compartilhar nas redes sociais uma foto ao lado do cliente celebrando sua libertação.
Ele enfrenta acusações de estelionato qualificado por fraude eletrônica, cometida supostamente através de um site de vendas. Após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de conceder liberdade provisória, várias medidas cautelares foram impostas a ele, dentre elas a proibição de utilizar e frequentar redes sociais.
Este ponto gerou discussão quando imagens do influenciador, postadas por terceiros, surgiram em plataformas online, questionando um possível descumprimento da decisão judicial. As circunstâncias acerca de quem postou e o propósito dessas postagens estão sob investigação pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Na madrugada de quinta-feira, 28, a advogada Tatiana publicou uma foto em que aparece ao lado da advogada Camila Kersch, que agora assume sozinha a defesa do caso. Na imagem, as duas estão sorrindo e seguram taças de espumante durante uma confraternização após a soltura de Nego Di, que aparece ao fundo, sentado, também sorrindo e fazendo um sinal para a câmera. A legenda do post dizia: “Como esperamos para postar este retrato”.
NOTA À IMPRENSA
Referente ao pedido de Habeas Corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), nesta quinta-feira (01), a defesa de Dilson Alves da Silva Neto constata, mais uma vez, que os fundamentos trazidos pelo acusado não são considerados. Causa…
— NEGO DI (@negodioficial) August 3, 2024
Quais são as medidas cautelares impostas a Nego Di?
Além da proibição de usar redes sociais, a Justiça determinou outras obrigações para que Nego Di mantenha sua liberdade. A primeira delas é a necessidade de comparecer periodicamente em juízo para justificar suas atividades. Também há uma proibição de mudar de endereço sem autorização prévia e de se ausentar da comarca sem comunicação ao judiciário. Além disso, o passaporte do influenciador foi recolhido para prevenir eventuais fugas internacionais.
Essas medidas visam garantir que ele não atrapalhe o andamento do processo e que esteja disponível para responder a qualquer nova convocação judicial. É importante ressaltar que essas restrições são de caráter pessoal e intransferível, sendo responsabilizado por qualquer violação direta ou indireta.
Investigação do Ministério Público sobre o uso de redes sociais
A aparição de Nego Di em postagens realizadas por terceiros levantou uma importante questão sobre a interpretação das medidas cautelares. A Promotoria de Canoas está analisando se a presença do influenciador em redes sociais, mesmo que por meio de outrem, configura um descumprimento das restrições impostas pelo STJ. Especialistas em direito afirmam que, caso seja comprovado que ele instruiu ou permitiu a postagem, ele pode ser considerado violador das condições de sua liberdade provisória.
Antes das atuais acusações de estelionato, Nego Di já esteve envolvido em outras controvérsias legais. Ele foi penalizado por veicular fake news durante enchentes no Rio Grande do Sul, tendo que remover conteúdo falso de suas redes sociais sob pena de multa. Além disso, suas práticas de rifas em redes sociais foram alvo de investigações do Ministério Público.