A inclusão de “Ainda Estou Aqui” na lista de pré-indicados à 97ª cerimônia do Oscar marca um momento significativo para o cinema brasileiro. Esta é a primeira vez desde 2008 que o Brasil alcança esta etapa na categoria de Longa-Metragem Internacional. A seleção do filme dirigido por Walter Salles entre os 15 trabalhos que avançaram para a próxima rodada reflete não apenas a qualidade da produção, mas também a importância de sua narrativa no contexto histórico e cultural do país.
A narrativa centra-se na década de 1970, durante o regime militar no Brasil, e foca na história da família Paiva. O personagem central, Rubens, é interpretado por Selton Mello, enquanto Fernanda Torres dá vida a Eunice, sua esposa. A trama ganha força ao retratar a busca desesperada de Eunice por respostas após o desaparecimento de seu marido pelos militares. O enredo poderoso e a atuação impressionante de Torres renderam ao filme uma indicação ao Globo de Ouro e acenderam os holofotes internacionais para o cinema brasileiro.
Quais são os concorrentes na categoria de longa-metragem internacional?
O filme brasileiro competirá com outras 14 produções internacionais de vários países, incluindo “Universal Language” do Canadá e “The Girl with the Needle” da Dinamarca. Esta diversidade de candidatos destaca a riqueza do cinema mundial, com histórias culturais e temáticas variadas, todas almejando um espaço na prestigiosa premiação. Essa seleção abre espaço para narrativas de diferentes contextos sociais e históricos, promovendo um intercâmbio cultural valioso.
A participação de membros da Academia de todas as categorias é crucial no processo de seleção. Eles devem assistir os 15 filmes pré-selecionados para garantir uma escolha justa e abrangente, refletindo a complexidade e criatividade do cinema internacional. Esta etapa é fundamental para assegurar que as produções sejam avaliadas de maneira equitativa, contemplando critérios artísticos e técnicos.
Qual é o enredo de “Ainda Estou Aqui”?
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” explora os desafios vividos por uma família durante a ditadura militar. A história começa com o sequestro de Rubens Paiva, um momento trágico que força Eunice a lutar por justiça enquanto lida com a dor de criar seus filhos sozinha. Este enredo destaca os horrores da repressão política e a resiliência humana frente a adversidades extremas.
O filme não só narra eventos históricos, mas também aprofunda o impacto emocional e psicológico em seus personagens. A densa interpretação de Fernanda Torres como uma mãe determinada e resiliente é um dos aspectos mais aclamados, alimentando debates sobre a memória histórica brasileira e o papel da arte na preservação dessa memória.
Em 2014, acharam uma entrevista inédita de Rubens Paiva que estava guardada há 50 anos. Nela, ele convocava os jovens e trabalhadores a resistir à ditadura. O deputado foi perseguido e morto pelos militares. A história dele é contada no filmaço Ainda Estou Aqui. pic.twitter.com/RXR4oTGHDj
— GugaNoblat (@GugaNoblat) December 16, 2024
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