No cenário esportivo da América do Sul, as premiações do futebol variam consideravelmente entre os campeonatos do Brasil e da Argentina. Essa desigualdade é uma questão discutida há anos, sobretudo devido às diferenças econômicas e estruturas de gestão em cada país. O Vélez Sarsfield, por exemplo, ao conquistar o Campeonato Argentino, levou para casa 500 mil dólares, um prêmio moderado se comparado ao que foi oferecido por competições no Brasil.
Os clubes brasileiros, disputando até mesmo na segunda divisão, recebem quantias superiores. O Santos, ao vencer a Série B do Campeonato Brasileiro, recebeu cerca de 3,5 milhões de reais, valor que supera significativamente o oferecido na Argentina. Essa disparidade se amplia ainda mais quando observamos os números da Série A, em que o Botafogo, campeão da primeira divisão, foi recompensado com 48 milhões de reais.
Por que as premiações na Argentina são menores?
A liga argentina enfrenta desafios únicos que impactam as premiações, entre eles, regulações restritivas e menor atratividade para investimentos externos. A Associação de Futebol Argentino (AFA) opta por manter o controle dos clubes com base em receitas comerciais também mais restritas.
Em contraste, o futebol brasileiro goza de uma maior liberdade econômica com as Sociedades Anônimas de Futebol (SAF), permitindo a entrada de investidores internacionais e uma significativa injeção financeira.
Como impacta a ausência das SAFs no futebol argentino?
O tema das Sociedades Anônimas Desportivas ainda gera debates intensos na Argentina. Até o momento, o sistema de clubes-empresa, amplamente adotado no Brasil, não é permitido em solo argentino.
A resistência à adoção desse modelo está enraizada em tradições locais e tem sido um ponto de tensão política, especialmente com a proposta do presidente Javier Milei que quase permitiu essa transição. A introdução das SAFs, em teoria, traria mais investidores e aumentaria as premiações, criando um campeonato mais competitivo economicamente.
O que esperar para o futuro?
A expectativa é que os debates sobre reformas no futebol argentino continuem, especialmente se a discrepância nas premiações persistir. Com maior flexibilidade para o capital privado e mudanças estruturais, a Argentina pode almejar uma redistribuição financeira mais justa nas suas ligas. Enquanto isso, os clubes brasileiros se beneficiam do sistema atual, colhendo os frutos de altos investimentos e premiações robustas.
A disputa entre o Vélez e outros clubes é um exemplo de como a paixão no campo não necessariamente se traduz em estabilidade financeira. Futuramente, as decisões sobre a abertura econômica dos clubes argentinos podem criar uma nova era para o futebol no país, talvez mais alinhada às práticas vistas no Brasil.
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