"OneTaste"

Advogada de mulher que fundou o ‘culto do orgasmo’ diz que vítimas ‘se divertiram muito’

O julgamento das responsáveis de vendas da OneTaste trouxe à tona alegações de que a empresa funcionava como um "culto do orgasmo"
O julgamento das responsáveis de vendas da OneTaste trouxe à tona alegações de que a empresa funcionava como um “culto do orgasmo” – Crédito: Reprodução

A OneTaste, uma empresa de bem-estar fundada em 2004 por Nicole Daedone, rapidamente ganhou notoriedade por promover práticas de “meditação orgástica“. A proposta era oferecer uma experiência de ioga diferenciada, que prometia uma nova forma de satisfação sexual e bem-estar. Contudo, a empresa se viu envolvida em controvérsias legais, com suas fundadoras enfrentando acusações graves em um tribunal de Nova York.

Publicidade

O julgamento de Nicole Daedone e Rachel Cherwitz, ex-chefe de vendas da OneTaste, trouxe à tona alegações de que a empresa funcionava como um “culto do orgasmo“. As líderes são acusadas de recrutar pessoas vulneráveis, muitas vezes sobreviventes de traumas sexuais, para participar das atividades da empresa, supostamente sob coerção e manipulação.

Quais são as acusações contra o “culto do orgasmo“?

As acusações contra a OneTaste incluem a exploração de seus funcionários e participantes, levando-os a contrair dívidas e a trabalhar em condições precárias. Segundo os promotores, a empresa incentivava seus membros a se envolverem em atividades sexuais com investidores e clientes, sob a promessa de que isso levaria à iluminação espiritual e à liberdade pessoal.

O procurador-assistente dos EUA, Sean Fern, destacou que muitos dos envolvidos trabalhavam sete dias por semana, muitas vezes sem remuneração adequada. A narrativa apresentada no tribunal sugere que a empresa utilizava a promessa de satisfação sexual e crescimento pessoal como uma forma de controle sobre seus membros.

Como a OneTaste operava?

A prática central do “culto do orgasmo“, conhecida como “meditação orgásmica”, envolvia uma mulher deitada enquanto um homem acariciava seus genitais. Essa prática era apresentada como uma forma de cura para o que Nicole Daedone descreveu como um “transtorno de déficit de prazer”. A empresa oferecia cursos e palestras que atraíam pessoas em busca de uma nova forma de satisfação e autoconhecimento.

Relatos de ex-integrantes, investigados pela “Bloomberg Businessweek” em 2018, revelaram que os participantes eram incentivados a usar cartões de crédito para pagar pelos cursos, e que o trabalho não remunerado era visto como uma demonstração de devoção à causa do “culto do orgasmo“. Após essas revelações, a empresa encerrou suas operações presenciais nos Estados Unidos.

Qual é o futuro do “culto do orgasmo“?

Com o julgamento em andamento, o futuro do “culto do orgasmo” permanece incerto. Nicole Daedone já não está mais envolvida com a empresa, que atualmente opera através de um aplicativo gratuito. As alegações levantadas no tribunal podem ter um impacto duradouro na reputação da empresa e na percepção pública sobre suas práticas.

O caso da OneTaste levanta questões importantes sobre os limites entre o bem-estar pessoal e a exploração, destacando a necessidade de regulamentação e supervisão em indústrias que prometem transformação pessoal. O desfecho do julgamento poderá servir como um precedente para casos semelhantes no futuro.

Publicidade

Leia também: Os melhores aplicativos para praticar meditação e mindfulness

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.