"viés institucional"

Após EUA, Israel deixa o Conselho de Direitos Humanos da ONU

Israel notificou o Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU nesta quinta-feira (6) sobre sua decisão de deixar o órgão.
Faixa de Gaza – Crédito: Getty Images

Israel notificou o Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU nesta quinta-feira (6) sobre sua decisão de deixar o órgão. O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, justificou a medida alegando um “viés institucional” contra o país.

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A decisão foi tomada à luz do contínuo e implacável viés institucional contra Israel no Conselho de Direitos Humanos, que persiste desde sua criação em 2006“, afirmou Katz em carta enviada ao presidente do CDH da ONU, Jorg Lauber.

A retirada acontece dois dias após o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump assinar a saída norte-americana do conselho.

Como a decisão de Israel afeta a política internacional?

A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, classificou a saída de Israel como “extremamente grave” e criticou a postura do governo.

Isso demonstra arrogância e falta de reconhecimento do que eles [Israel] fizeram. Insistem em sua própria retidão, como se não tivessem nada pelo que prestar contas, e estão provando isso para toda a comunidade internacional“, declarou à agência Reuters.

Criado em 2006, o CDH da ONU tem como missão investigar denúncias de violações aos direitos humanos e garantir liberdades fundamentais, como liberdade de expressão e direitos das mulheres e da população LGBTQIAP+.

Albanese expressou preocupação com os desdobramentos do conflito. “O genocídio de Israel contra os palestinos” pode “se expandir” e se intensificar na Cisjordânia, território ocupado que os palestinos reivindicam, junto com Gaza, para a formação de um futuro Estado independente.

Trump defende que EUA assumam Gaza

Israel enfrenta acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça, mas nega as alegações e argumenta que suas ações visam garantir segurança na região.

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Na terça-feira (4), Trump assinou uma ordem executiva retirando os EUA do CDH e manteve a suspensão do financiamento à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

Em um evento na Casa Branca, Trump também afirmou que a única alternativa dos palestinos que vivem na Faixa de Gaza é deixar o território — uma ideia defendida por setores da extrema direita israelense e classificada como limpeza étnica por especialistas em direito internacional.

Fundada há cerca de 75 anos, a UNRWA atende aproximadamente 750 mil refugiados palestinos desde a guerra de 1948, quando foi criado o Estado de Israel. Recentemente, o governo israelense votou pelo fim do acordo que permitia o funcionamento dos escritórios da agência no país.

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Mais tarde, em encontro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Trump reforçou sua visão sobre Gaza. Ele declarou que os EUA “assumirão” o território no pós-guerra e reafirmou a necessidade de deslocamento dos palestinos. A fala gerou reações negativas ao redor do mundo, forçando um recuo da Casa Branca.

Apesar da repercussão, Trump voltou a insistir no tema nesta quinta-feira. Ele afirmou que Gaza “seria um dos empreendimentos mais espetaculares da Terra” caso fosse entregue aos EUA.

Leia também: Entenda o plano de Trump para assumir o controle da Faixa de Gaza

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