O ano de 2024 promete ser um ponto de inflexão no registro climático global, segundo análises do Programa Copernicus da União Europeia. Este ano está prestes a superar todos os recordes de temperatura, representando um aumento significativo em relação às médias observadas desde a era pré-industrial. Tal fenômeno já havia sido antecipado em 2023, quando projeções indicavam a proximidade de um marco histórico no aquecimento global.
Em novembro de 2024, a temperatura média do planeta foi medida em 14,1 ºC, marcando um aumento de 1,62 ºC comparado aos níveis prévios à industrialização. Este mês se posicionou como o segundo novembro mais quente já registrado, ficando atrás apenas de novembro de 2023. A tendência de aquecimento contínuo foi evidenciada não apenas em novembro, mas também em outubro de 2024, quando as temperaturas ultrapassaram o limite de 1,5 ºC definido pelo Acordo de Paris.
Quais são as consequências de romper a barreira de 1,5°C?
O rompimento do limite de 1,5°C acima das médias pré-industriais representa um desafio crítico para a sustentabilidade do ambiente terrestre. Desde o Acordo de Paris, estabelecido em 2015, este marco é considerado um ponto de segurança para limitar os impactos severos das mudanças climáticas. O aumento contínuo das temperaturas médias pode intensificar eventos climáticos extremos, causar elevação do nível do mar e afetar ecossistemas de diversas partes do mundo de maneira irreversível.
Especialistas do Copernicus, como Samantha Burgess, destacam a alta probabilidade de 2024 ser o primeiro ano a ultrapassar essa barreira crucial. Os dados do ERA5, base de informações climáticas utilizadas pelo Copernicus, sugerem uma média anual superior a 1,55 ºC acima do referencial pré-industrial. Este aumento não apenas consolidará 2024 como o ano mais quente da história, mas também exigirá ações urgentes para reverter ou mitigar os danos já em curso.
O que esperar do aquecimento global nos próximos meses e anos?
As análises mostram que para 2024 não superar 2023 em termos de calor, seria necessário um decréscimo substancial e sem precedentes nas temperaturas médias de novembro e dezembro, o que parece improvável. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) já antecipava este cenário no início de novembro, antes mesmo que os dados finais fossem compilados em grandes conferências climáticas, como a COP29, realizada em Baku, Azerbaijão.
Os cálculos detalhados da média anual de temperatura planetária serão oficialmente divulgados somente em janeiro de 2025. Esta espera permite reunir informações precisas e completas do ano climático, garantindo que as políticas ambientais sejam informadas por dados sólidos. O mundo continua observando os desenvolvimentos climáticos com apreensão, reconhecendo a urgência de um esforço global coordenado para enfrentar os desafios que se avizinham.
2024 será decisivo para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas?
Com a iminente superação do limite de 1,5 ºC, as ações de mitigação e adaptação climática se tornam mais prementes do que nunca. É crucial intensificar a transição para energias renováveis, melhorar a eficiência energética e promover práticas sustentáveis em todos os setores da economia. Além disso, é vital que países globais cooperem para alcançar metas conjuntas de redução de emissões, buscando proteger o planeta das consequências mais severas do aquecimento global.
Em suma, 2024 é um alerta vermelho para a humanidade, enfatizando a necessidade de reforçar compromissos climáticos de maneira urgente e eficaz. A esperança reside em uma resposta global unificada para mitigar os danos climáticos agora evidentes e preparar o planeta para um futuro mais sustentável.
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