Covid-19

Argentina anuncia início da quarta onda de Covid-19

Na última semana, os casos no país aumentaram 92,6%.

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Apesar do aumento de contágios, o índice de ocupação de leitos nas UTI mantém-se estável em 41,2% (Crédito: Canva Fotos)

O Ministério da Saúde da Argentina anunciou no último domingo (15) que o país sofre uma nova onda de Covid-19. Segundo o relatório da pasta, os contágios duplicaram em apenas uma semana, triplicaram em duas semanas e quadruplicaram em um mês.

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Na última semana, houve 33.989 casos, 92,6% a mais do que os 17.646 de uma semana antes. Foram 182% a mais do que há duas semanas. Nas últimas quatro semanas, os contágios aumentaram 305,2%, passando de 8.387 aos atuais 33.989.

A ministra da Saúde argentina, Carla Vizzotti, disse que o cenário atual é totalmente diferente de qualquer outro panorama já visto no país. “Hoje estamos começando na Argentina a quarta onda de Covid-19 que nos chega numa situação totalmente diferente das anteriores”, disse Vizzotti na abertura do Conselho Federal de Saúde que reuniu os ministros da Saúde das 24 províncias argentinas na cidade patagônica de Villa La Angostura.

Contudo, a ministra garantiu que “não há possibilidade de novos confinamentos”. Em 2020, a Argentina teve, durante 233 dias, a quarentena mais prolongada e rígida do mundo. “Os casos vão aumentar. Por isso, precisamos avançar com a vacinação para que não se traduzam em hospitalizações nem mortes”, orientou a ministra Vizzotti.

O médico e infectologista argentino, Eduardo López, falou com exclusividade à Perfil Argentina sobre o surgimento de uma nova onda de infecções por Covid-19 no país, e a recusa em realizar uma nova quarentena ou isolamento moderado. “Acredito que as coisas podem continuar a ser tratadas como antes, com os cuidados necessários”, disse. 

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Questionado sobre o risco dessa quarta onda, López acredita que o número de casos pode ser ainda maior do que o divulgado pelo relatório do ministério. ”Estamos enfrentando um aumento muito significativo, e eu venho dizendo isso há um mês. Nesse momento, nós duplicamos a quantidade de caso ,e fazendo uma exceção, existem jurisdições que coletam apenas adultos mais velhos, mulheres grávidas, então o número real de casos que estamos tendo é provavelmente maior porque não é testado de maneira suficientemente uniforme em todo o país.”

”O segundo ponto é que as variantes que estão circulando são de alta capacidade de transmissão. E se acrescentarmos que esse vírus em baixas temperaturas tem maior capacidade de ser transmitido, é uma mistura muito importante. E por outro lado, temos um problema e é que faltam quase 45% da população para dar a terceira dose, e nesses casos de grande transmissão e essas variantes, a terceira dose é fundamental porque duas doses são insuficiente. Então temos que trabalhar muito nesse sentido, temos que fazer mais swab para ter um melhor julgamento da situação, mas estamos a caminho de uma quarta onda”, acrescenta o infectologista. 

Para Eduardo, a volta da quarentena não é necessária no momento, tendo em vista o grande número de vacinados na Argentina. Não vejo alternativa para colocarmos em quarentena mesmo que seja leve ou moderada”, afirma Lopez. O infectologista ainda comentou o aumento de casos na China e disse que o cenário chines é preocupante pois ”eles vacinaram com vacinas de vírus inativados que não são as melhores vacinas para a cepa que está circulando atualmente.”

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*Texto publicado originalmente no site da Editora Perfil Argentina.

 

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