Nesta quarta-feira, 13, por determinação do Ministério das Relações Exteriores, a Argentina retirou sua delegação da COP29, realizada no Azerbaijão. A informação foi confirmada à CNN por uma fonte da chancelaria argentina ligada a Assuntos Ambientais.
A Conferência do Clima da ONU, também conhecida como Conferência das Partes (COP), é uma reunião anual que reúne países membros para discutir e negociar ações globais sobre mudanças climáticas. Organizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), a COP busca acordos multilaterais para mitigar o aquecimento global e seus efeitos. Durante essas conferências, os países discutem temas como redução de emissões de gases de efeito estufa e adaptação a impactos climáticos.
Além de promover o diálogo internacional, a conferência funciona como uma plataforma para a negociação de compromissos vinculantes e voluntários. Participam governos, organizações não governamentais, empresas e cientistas, cada um trazendo suas perspectivas e contribuindo para a busca de soluções. Este espaço visa fortalecer a cooperação e a coordenação entre as nações para enfrentar conjuntamente os desafios climáticos.
The climate emergency is a story of avoidable injustice.
The rich cause the problem, the poor pay the highest price.
The most vulnerable are being abandoned to climate extremes.
We need climate justice. Now.#COP29 pic.twitter.com/Ger0F5NSot
— António Guterres (@antonioguterres) November 13, 2024
Por que a Argentina decidiu se retirar da COP29?
Durante a COP29 em Baku, no Azerbaijão, o governo argentino sob a administração de Javier Milei optou por retirar sua delegação. A decisão foi baseada em críticas às agendas ambientais promovidas pela ONU, que o governo considera ideológicas. Javier Milei, presidente da Argentina, expressou discordância com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, afirmando que estas políticas não oferecem soluções efetivas para desafios globais.
A retirada da delegação argentina representa uma postura política que questiona a responsabilidade atribuída às atividades humanas nas mudanças climáticas, um ponto frequentemente debatido nas conferências internacionais sobre o clima. Essa decisão reflete a discordância do governo de Milei com as políticas ambientais globais e seu ceticismo sobre os objetivos de sustentabilidade promovidos pela ONU.
Qual é o impacto da retirada da Argentina das negociações climáticas?
A saída da Argentina da COP29 tem um conjunto de implicações. Primeiramente, representa um enfraquecimento na unidade internacional necessária para abordar problemas climáticos globais, pois a retirada de um país do porte da Argentina pode influenciar outras nações a adotarem posturas semelhantes. Além disso, impacta negativamente a imagem do país em fóruns internacionais, sugerindo uma posição isolacionista em relação a pautas ambientais.
A ausência na COP também pode limitar as oportunidades da Argentina de influenciar decisões que afetam diretamente suas políticas internas de meio ambiente e suas relações com outros países. Isso pode refletir nas políticas econômicas associadas ao clima e inovação, que podem se beneficiar de cooperação internacional e investimentos em tecnologias sustentáveis.