
O governo da Argentina confirmou nesta quarta-feira (5) sua saída da Organização Mundial da Saúde (OMS). O anúncio foi feito pelo porta-voz presidencial Manuel Adorni, que justificou a decisão alegando divergências com a condução da entidade, especialmente durante a pandemia da Covid-19.
A medida será oficializada por um decreto do presidente Javier Milei, conforme informações do jornal argentino La Nación. Além do posicionamento ideológico, o governo também citou os custos de participação no organismo internacional, estimados em cerca de US$ 10 milhões por ano (aproximadamente R$ 58 milhões), incluindo despesas com salários, diárias e assessores do representante argentino na OMS.
Por que a Argentina decidiu sair da OMS?
De acordo com Adorni, o governo Milei acredita que a OMS compromete a soberania nacional ao interferir na gestão da saúde pública. O porta-voz declarou que a Argentina não vai permitir que uma organização internacional intervenha na soberania do país e muito menos na saúde.
Ele também mencionou que a decisão não trará impacto financeiro negativo, já que a Argentina não recebe recursos da organização para financiar o sistema de saúde. “Pelo contrário, dá ao país maior flexibilidade para implementar políticas adaptadas ao contexto e aos interesses exigidos pela Argentina, bem como maior disponibilidade de recursos, reafirmando nosso caminho em direção a um país com soberania também em questões de saúde“, afirmou.
O governo ainda criticou o papel da OMS e do ex-presidente Alberto Fernández na condução da crise sanitária. Segundo Adorni, a resposta à pandemia resultou no “maior confinamento da história da humanidade” e demonstrou falta de independência diante da influência política de alguns países.
Alinhamento com Trump
A decisão da Argentina acontece poucos dias após Donald Trump anunciar a retirada dos Estados Unidos da OMS. Milei, que assumiu a presidência em dezembro de 2023, tem adotado uma postura alinhada ao ex-presidente americano, especialmente em temas econômicos e de política internacional.
Fontes do governo argentino indicam que a saída da OMS pode ser apenas a primeira de uma série de rupturas com organismos multilaterais. Nos próximos dias, novas decisões devem ser tomadas para redefinir a posição da Argentina no cenário global.
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