Neste sábado, 9, um trágico ataque a uma estação de trem em Quetta, sudeste do Paquistão, resultou na morte de pelo menos 24 pessoas e deixou dezenas de feridos. A explosão, que foi capturada por câmeras de segurança, suscitou uma imediata resposta das autoridades locais, que acreditam ter sido um atentado suicida.
As investigações conduzidas pela polícia indicam que o ataque visava militares da Escola de Infantaria e provavelmente foi perpetrado por um integrante de um grupo separatista. O ataque ocorreu quando o expresso com destino a Peshawar estava prestes a partir, segundo Mouzzam Jah Ansari, inspetor-geral da polícia do Baluchistão. “O alvo eram militares da Escola de Infantaria”, comunicou.
🇵🇰 Um ataque a bomba na estação ferroviária de Quetta, no Paquistão, matou pelo menos 26 pessoas e feriu mais de 46.
A explosão ocorreu quando quase 100 passageiros esperavam um trem para Peshawar.
O Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) assumiu a responsabilidade pelo… pic.twitter.com/gcXPBjNn0H
— Prof Danuzio Neto | OSINT Geopolítica Atualidades (@danuzioneto) November 9, 2024
Quem está por trás do atentado no Paquistão?
O Exército de Libertação Balúchi (BLA), um grupo separatista atuante na região, reivindicou a responsabilidade pelo atentado. O BLA busca a independência do Baluchistão, uma província rica em recursos naturais mas economicamente desprivilegiada. Conflitos envolvendo minorias étnicas e o governo paquistanês são comuns, devido à exploração dos recursos da área sem um retorno social adequado.
No passado, o BLA tem regularmente promovido ataques contra forças de segurança e interesses governamentais, sendo responsável por ações que resultam em numerosas vítimas. Uma dessas ações, em agosto, envolveu ataques coordenados que resultaram em 39 mortos, ilustrando o grau de violência na região.
Diante da escalada dos ataques, o governo paquistanês, através do primeiro-ministro Shehbaz Sharif, expressou forte condenação ao atentado e afirmou que os responsáveis enfrentarão graves consequências. Essa postura reflete a determinação em combater o terrorismo, um desafio persistente para a estabilidade da região.
Além disso, as autoridades têm intensificado os esforços para melhorar a segurança em áreas críticas como estações de transporte público, no intuito de prevenir novos ataques. O governo está também em busca de apoio internacional para lidar com a insurgência e promover o desenvolvimento socioeconômico do Baluchistão.
Qual o impacto do conflito separatista no Baluchistão?
A insurgência no Baluchistão, encabeçada principalmente pelo BLA, tem gerado impactos devastadores tanto na população local quanto na infraestrutura da região. Além das perdas humanas, os conflitos prejudicam o desenvolvimento econômico e social, agravando a pobreza já endêmica na província.
O Baluchistão, apesar de possuir riquezas naturais significativas como gás e minerais, ainda enfrenta dificuldades em transformar esses recursos em melhorias para a população local. A falta de investimento e desenvolvimento agrava as tensões e alimenta os sentimentos separatistas.
O governo central do Paquistão enfrenta o desafio de equilibrar a exploração desses recursos com as necessidades e aspirações da população local, além de estabelecer um clima de paz duradoura na região.