A revista Time divulgou nesta sexta-feira (7) a capa de sua nova edição com uma montagem do bilionário Elon Musk sentado na cadeira presidencial da Casa Branca. A imagem ilustra uma reportagem que discute a influência crescente do empresário sobre decisões de governo nos Estados Unidos.
A matéria destaca como Musk tem assumido um papel de destaque na formulação de políticas públicas, tomando medidas que antes cabiam apenas a autoridades eleitas. O texto alerta para os “perigos de um homem não eleito possuir tal poder irrestrito” e sugere que o empresário está disputando espaço com o próprio presidente Donald Trump.
“Nenhum cidadão privado exerceu tanto poder sobre a máquina do governo dos EUA”, afirma a reportagem. “Musk mostrou que não tolerará nenhuma oposição, não importa quão justificada seja”.
Ver essa foto no Instagram
O que é o DOGE e qual o papel de Musk?
Além de liderar empresas como Tesla, SpaceX e a rede social X, Musk foi nomeado por Trump para comandar o DOGE, novo departamento criado para revisar os gastos do governo. No entanto, a Time descreve o órgão como “uma coleção de empregados temporários sem crachá, sem site e sem uma autoridade legal clara”, sugerindo que suas ações podem extrapolar as normas institucionais.
A reportagem menciona o caso da USAID, agência de ajuda humanitária dos EUA, que teve mais de 90% de seus funcionários demitidos após entrar na mira de críticas de Musk e Trump. O corte ocorreu depois que o DOGE tentou acessar documentos sigilosos da agência, sem sucesso. Dias depois, Musk sugeriu o fechamento total da USAID, e Trump anunciou sua suspensão temporária.
Leia também:
A revista também aponta que os cortes promovidos por Musk podem gerar impactos negativos para os próprios cidadãos americanos. “Uma reação pública pode estar crescendo à missão de Musk”, diz o texto, mencionando que agricultores do Centro-Oeste dos EUA podem ser afetados pela redução de compradores financiados pela USAID.
A matéria conclui com um aviso sobre as possíveis consequências da influência do bilionário. “Essas são apenas as primeiras medidas de uma onda antigovernamenta massiva. Orçamentos serão hackeados. Programas valiosos serão eliminados. Servidores públicos de carreira serão expurgados, substituídos por nomeados políticos cuja qualificação primária é fidelidade aparente ao presidente”, diz a Time.
Leia também: Foi saudação nazista? Especialistas debatem polêmica de Elon Musk