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Estudantes brasileiros são barrados em aeroporto e impedidos de entrar na Argentina

Published 13/03/2024
Estudantes brasileiros são barrados em aeroporto e impedidos de entrar na Argentina

Aeroporto de Ezeiza, Argentina - Crédito: CEDOC

Alguns estudantes brasileiros estão sendo impedidos, já no aeroporto, de entrar na Argentina.  Segundo conta a estudante Maria (nome fictício) “eram cinco pessoas me escoltando no aeroporto, como se eu tivesse cometido um crime. Me senti humilhada”.

Ela foi barrada pelas autoridades migratórias do país, no fim de janeiro, e mandada de volta para o Brasil como falsa turista.

Maria relata que não mentiu a ninguém: afirmou, no setor de imigração, que estava viajando para fazer faculdade e que não tinha passagem aérea de volta, porque a data de retorno dependeria do calendário de aulas. Mostrou toda a documentação da instituição de ensino e explicou que, uma vez em Buenos Aires, solicitaria o direito à residência no país estrangeiro.

Mais de 30 estudantes brasileiros, atraídos pela ausência do vestibular nas faculdades argentinas e pelos baixos valores de mensalidades, também foram impedidos de entrar no país vizinho nos dois primeiros meses de 2024, mesmo após seguirem todos os protocolos que eram comumente aceitos desde 2009: chegar à Argentina como turista, mostrando só o RG; e solicitar o visto de estudante ou a residência permanente já em solo argentino.

Desde o início de 2024, sem aviso prévio, autoridades migratórias passaram a cobrar que os alunos já chegassem a Buenos Aires com toda essa documentação pronta – do contrário, poderiam ser barrados.

Advogados e professores de relações internacionais ouvidos pelo g1 apontam para uma resistência maior da gestão do novo presidente, Javier Milei, na recepção de estrangeiros. Já o governo argentino afirma que “nada mudou”.

Liziana Andrea Amaran, advogada que atua nos dois países, discorreu sobre a questão de autoridades argentinas barrarem brasileiros.“O que sempre aconteceu foi que os brasileiros ingressavam como turistas na Argentina e pediam só depois o direito à residência. Tinham 90 dias para isso. Quando todo o trâmite terminava, eles passavam a ter os mesmos direitos e obrigações que os cidadãos argentinos”, disse.

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