
O governo dos Estados Unidos decidiu não renovar a isenção que permitia ao Iraque continuar comprando eletricidade do Irã sem sofrer sanções. A medida, anunciada neste sábado (8), faz parte da estratégia de “pressão máxima” da administração de Donald Trump contra Teerã, segundo um porta-voz do Departamento de Estado.
Com o fim da isenção, Washington reforça sua política de isolamento econômico do Irã. “Não permitiremos ao Irã nenhum grau de alívio econômico ou financeiro”, disse o porta-voz. Ele acrescentou que a campanha busca “acabar com sua ameaça nuclear, restringir seu programa de mísseis balísticos e impedi-lo de apoiar grupos terroristas“.
Como o fim da isenção afeta o Iraque e pressiona o Irã?
As sanções dos EUA visam cortar as fontes de receita do Irã, sobretudo as exportações de petróleo, sob a justificativa de conter seu suposto programa de armas nucleares. O Irã nega as acusações e afirma que seu programa tem fins pacíficos.
Desde 2018, quando Washington reimpôs restrições ao setor energético iraniano, o governo norte-americano concedeu isenções temporárias a países como o Iraque, para evitar impactos imediatos no abastecimento elétrico. Tanto Trump quanto Joe Biden renovaram essas permissões, enquanto incentivavam Bagdá a buscar alternativas à energia iraniana.
Agora, sem a isenção, os EUA aumentam a pressão sobre o Iraque. “Instamos o governo iraquiano a eliminar sua dependência de fontes de energia iranianas o mais rápido possível”, disse o porta-voz. Ele classificou o Irã como um “fornecedor de energia não confiável”.
Além disso, Washington utiliza essa decisão como uma ferramenta diplomática para convencer Bagdá a permitir a exportação de petróleo do Curdistão iraquiano via Turquia. Segundo fontes da Reuters, essa medida ajudaria a equilibrar o mercado global de petróleo, controlando preços e enfraquecendo ainda mais as exportações iranianas.
Alternativas para a energia iraquiana
As negociações entre o governo iraquiano e a administração curda sobre a retomada das exportações de petróleo permanecem incertas. Enquanto isso, Washington sugere que empresas americanas podem ajudar o Iraque a modernizar sua infraestrutura energética.
“A transição energética do Iraque oferece oportunidades para empresas dos EUA, que são líderes mundiais em aumentar a produtividade de usinas, melhorar redes elétricas e desenvolver interconexões elétricas com parceiros confiáveis”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado.
Ele também minimizou o impacto da suspensão das importações de eletricidade do Irã, afirmando que, em 2023, elas representaram apenas 4% do consumo total de energia no Iraque.
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